mídia do cabaré II

quem é capaz de guardar segredos
segredo pra mais de um é quase fofoca

notícia de praxe brota no pezinho da zona

mas as antenas captam como informação

a rede quando balança todo mundo dança

na soma desses caretas resta exclusão

a regra como se diz, é pra ser regrada

e nada no mar, nada, nada, pra guardar o sol

vive da moda bregas e chiques, oportunistas

o resto é a conta da renda do futebol

baby, o seu jornal tá velho

mas ainda serve pra madurar a fruta

calabouço, catapulta, bala de sal...

a mídia do cabaré

todo oligarca é afiliado

e tem vida fácil na televisão

a mídia do cabaré



tempo de ser feliz

feliz daquele que em algum momento é triste

a felicidade sempre vai estar ao seu alcance

mídia do cabaré

a língua não necessita de norma

só se for da bela norma

musa de uma década qualquer

tão pouco precisa de lei

só se for da bela leila

musa de uma outra década qualquer

fora! o cala-boca

abaixo! a mídia do cabaré

fora! o cala-bolso

abaixo! a concessão vitalícia

liberdade para expressão popular

a impressa não pode ser imprensada

liberdade a imprensa responsável

dogma à parte...

deixando de lado a  nossa santa hipocrisia,

e pela falta de pluralidade dos dogmas religiosos

é que logo de primeira, me questiono?

se jesus cristo é o único filho de deus

segundo a oração do credo, credo!

então que pai vai livrar do inferno

os chineses, os japoneses, os coreanos...

e eu? será que fui adotado...

dogmas com defeitos, dogmas desfeitos

tudo é relativo

a teoria da relatividade

é a certeza da dúvida

entre a realidade e a ficção

mas o ócio criativo

passa longe do embalo da rede

navegante

acordo no acordar das manhãs

minha arte é dar corda ao amanhã

giro pela liberdade da mente

como um relógio que diz corre acalma

e ao mesmo instante dispara

em voltas sobre o eixo do tempo

em segundos a cada fração do segundo,

sem pretenção de primeiro

como infinito num êxtase sem aparte

sou parte, átomo do ate-me em arte

 e o meu melhor ofício!

é todo o resto que sobra como arestas

no navegante exercício de arrumar palavras

cabaré da miséria

se é pra falar em miséria

a rede-mídia sabe tudo

sobre  os miseráveis do mundo

com seu nefasto aparato desfrutátel

seu cabaré de antenas voltadas pro céu

de estrelas caidas de cometas partidos

abafados pelos flahs das cameras

do presente inferno ao vivo

décimo terceiro mandamento

com passageiros de ida

destino rota ao futuro

do universo miserável

encantador

nenhum conto

é maior que meu canto

sempre que canto conto

e encanto todos os cantos do conto

porto seguro

aporta

aporta que

aporta que há

aporta que há porta

aporta que há porta aberta

aporta que há porta aberta em

aporta que há porta aberta em nosso

aporta que há porta aberta em nosso abrigo

aporta que há porta aberta em nosso abrigo porto

aporta que há porta aberta em nosso abrigo porto seguro

descobrindo si

um dia lancei a linha ao vento
desde então passei a desalinhar
os meus pensamentos
não sei quando descobri as palavras

mas sei que me descobri

os

uma multidão pode se achar num ponto

ao mesmo tempo que um ponto

pode se perder numa multidão

há um sábio provérbio que diz

não é preciso estar só

para sentir-se em total solidão

quando me sinto só desmonto a palavra

duas letras são como um passaporte

para todo o universo

palavras

todas as palavras movem

as mentes de giração

se há semente na terra

de vazia a palavra é cheia

se a terra na semente

de cheia a palavra transborda

as mentes de giração

movem todas as palavras

ciúme

"na gema do amor

o ciúme passa às claras"

no amor é assim

vá ser feliz eu te deixo meus rastros
quem sabe um dia, resolva voltar

se ainda me tem resquicios de amor

cabe a reconstrução de juras partidas

nenhum mal é só teu

todo bem não é meu

nos ensina a vida

no amor é assim

quando se protege o fim

não se tem despedida

?lógica?

a mera certeza é o perfeito desencaixe

entre a especulação das teses cientificas

e o tão complexo e ilimitado vácuo

existente da transformação das eras

nos constantes acidente geográficos

nas nuances abissais da biodiversidane

pela óbvia descoberta da incerteza humana

muitas vezes o limitado exercício da lógica

é como uma caixa de surpresa sem graça

a

sou filho do som

do ventre, a origem

felizes sejam todos

os seus dias

mãe

desartes

onde andam aqueles artistas

que um dia escutei os seus cantos

em nome da revolução por mudanças

é certo que hoje ainda escuto alguns

mas, o resto eu nem sei, só sei é que vejo

velhos e tantos novos piratas de praxe e prazer

vocês e suas brancas bandas de alma tarja preta

aliadas dos bons copiadores das torpes rasteiras

vocês em suas desartes embuladas de lucro dinâmico

dos tecnocratas, bajuladores da america yankee

que seguem a multiplicar bobos pra uma corte careta

vocês e suas brancas bandas de alma tarja preta

associadas a curto prazo as redes de longo poder

vocês em suas desartes que soam nas usurpadas ondas

das donas dos autos falantes, de distintos cel. retrógados 

que seguem a multiplicar pobres desintegrados sem ar

sem vergonha

"o verdadeiro cúmulo do sem vergonha

são os acumulados que restam com vergonha"

arlequim de uma lágrima só

quem me olha te vê nestas distancias cortantes

pouco me sente nesse rasgo em dor

sofro como arlequim de uma lágrima só

só como vou pela sombra do sol

dessa triste canção sem primavera

por que não me mataste

ficaste a zombar de mim

por que sopraste no vento

um desalento sem fim

tu me arrancaste a última rosa

que dava vida ao jardim