sou encarnado da
fina flor do cangaço
a seiva do
mandacaru filtra meus poros
me fiz aprendiz da
giração dos coletivos
sei da ciência de zela-mento
do esmero
por isso despetalo vestes
ao social
tenho pacto de amor
com a vida
sobre a morte sigo Lorca
n’alma
por ser tórrido amante
das palavras
trago na saliva meu
afiador de língua
sonhar é sentir o
abraço do imaginário
nenhuma delação amordaça
a utopia
o amor não faz
morada nos covardes
meu medo é da ausência
dos versos
e ainda que em torpe
obscuro Franco
seja pela demente
força alvo dos fuzis
hei de somente confessar
meus desatinos
pelas entrelinhas
da poesia...