quinta-feira, 28 de março de 2013

sublinhado



tenho duvidas de certas convicções profissionais
então prefiro a armadura dos amadores
sei guardar feitiço nos cílios
e transpirar alegria no orvalho olhar
trago em mim o reconhecimento
e sigo com o trem das cores
deixando rastro no tempo
feito trilho de arco íris
gosto da presença das luzes
mas, foi embrenhado nas gavetas
que aprendi a ser autoral
a fazer amizade com a  escuridão...
mente quem diz “a comunicação é livre”
na angular é que se enforca o foco
e sublinha a palavra na corda de enforcar-dor
nos adereços de priva cidades
algo me remete a clausuras...
chego a pensar que todo excesso de pudor
serve para inibir a liberdade
lembro-me ainda hoje
feito menino dos telhados
assim como vaga-lume vago
com a minha memoria de quase tocar...
do som da mão no tambor
no tocador a escorrer sangue, latejar digitais
nas mesmas enrugadas mãos
que quase e sempre escrevem por estórias
tudo aquilo que a história insiste em ocultar
nas suas sub versões tiranas...
a triste cidade é descobrir
que na entranha luz do escurecer
os alvos nunca são claros... 

sexta-feira, 22 de março de 2013

era uma vez...



pra um contador de estória
nada... desagua
em correnteza nalgum lugar
que eu nem sei bem aonde
e ainda que não rimada
faz a palavra nadar
no limo nascedouro de sonhar
com letra se enche os vazios
mas, não é vazio um livro sem letras
as vezes a ausência da cor
esta na giração do olhar
a imaginação é mãe
todo o sempre da vez à era
era uma vez...

segunda-feira, 11 de março de 2013

exclusão



há um desencharco vazio de alma
um tapa olho a privar sentidos
a gerar novos cabula-dores do tempo
pela total preguiça do tempo
de se fazer faltar o tempo
de se perder no justo tempo
pra depois se achar justamente nas mãos,
na justa amarrada mão da injusta justiça
aquela que ironicamente se diz cega
mas, contando com formação de tramoias
hoje tem até televisão...
e tem mais, tem donos de prova,
das mais diversas, tudo por dentro
da perfeita ordem do dia nas falsas ideologias
e sempre conta com a ajuda cortesã
do certificado selo vitalício de politicagem pública
aaah minha avozinha!
se é pra ser contra todos e contra ninguém,
eu prefiro seguir caminhando e cantando,
e não esperar os acontecimentos
assim sou e assim vou,
como um ser de todas as diferenças possíveis
ninguém é igual a ninguém!
direitos e deveres é que são iguais para todos
não nos cabe o dom da condenação
me reservo ao direito de ser contrário, de ser diferente
de ser apenas o que sou, com as minhas opiniões
sou alheio a mera coincidência que lesa...
sei deixar o real nas entrelinhas
ora, não me venha com lógicas...
estou farto das cifras de orgias galopantes,
desses matemáticos lotéricos,
anexados a todo tipo de estatísticas irrelevantes
que forjam resultados miraculosos,
para seus interesses próprios
um verdadeiro bacará de cartas na manga
tudo disfarçado pelas redes cordeiros e pastoras do céu
nesse inferno que dispensa alegorias
dos que trazem estampados
em suas primeiras capas,
nos seus segundos cadernos
apenas o inferno vida, exclusão

sexta-feira, 8 de março de 2013

entre linhas



fincar tudo no mas
é impor o porém
fica zero a zero
já, mais...
de mais a mais
nunca é demais
e nada não é jamais

quinta-feira, 7 de março de 2013

de mente



de dia estar de mente sana
à noite ser dormente insano
de noite estar demente sana
ao dia ser dor mente insano
a mente em si não mente
tão pouco engana
ainda que atormente...
a hipocrisia é inerente a ser
justamente por ser umbilical
o elemento homem descaradamente
mente, apenas por mentir
seja de mente in sana
ou seja demente insano 

sexta-feira, 1 de março de 2013

mediocrezinho II


no solo da mediocridade brota chumaços de macaxeira
assim como serve de pasto para boizinhos sazonais
dando de quebra motes de sanguessugas encabrestados
se carroça fosse que nem a copiada guitarra baiana
jumento seria celebridade franco-brasileira
aaah minha avozinha! essa praxe cordial é que mata
os pobrezinhos enquadrados pela imposição
do consumismo arrobustado  da casta de babões
se é pra dar com pau nos pebas francisquinhos
que a justiça ingrata dê de chibata nos anões chiquinhos
e agua bebida pra lavar a bosta das musiquinhas
medíocre por medíocre é tudo uma questão de difusão
já a disfunção ereto encefalograma é no cabo da brocha
que vive a arrotar como asno som sem coordenada
feito merda que há muito só dá no quilo certo
e merda boia meus camaradas
por que a câmara nunca afunda...
seja de bunda brasil ou bundão de frança