toda palavra é exercício... ação vascular...
rios de sangue
transam pelo itinerário palavrando
não há existência
de linguagens sem poentes
a ponta é o ponto
de vista do língua-dor
blasfeme em vírgulas,
contra a arte
quem nunca fez
festa com língua de sogra
burlar a expressão
é igual ou menor
que não expressar o
nado, em inércia de braçada
e para aqueles que
julgam à revelia o nada
nos seus imersos cotidianos
matemáticos
a conspurcá-lo como
conjuntos vazios de tudo
a sentença de vida
é o cartesiano fardo...
onde o verbo
incontido no “x” de múltipla escolha
é servente da
estagnação dissertativa
e faz ressoar o
triste pesar dos dias cinzas
no banzo negreiro
mar dos acorrentamentos
como montes que
carregam o adorno unânime
dessa globalização
de individualismo social
talvez seja preciso
cuspir o próprio fogo inimigo
para que seja
restabelecido o direito de comunicação
reafirmar que nosso
portal é ao nordeste
vem de lá o começo do
largo sorriso rio
somos nós destinos,
margem, precursor...
é indispensável fincar
os pés na descoberta
para melhor se
avistar o mundo
cabe aos quintais o
dever de fixar suas reverências
por pelo menos 45
dias em solo mãe
e assim, aprender a
melhor enxergar o brasil
o oposto é sempre
muito fácil de cultuar
quando se tem um outro
oposto como baliza...