Barganhão uma terra de
Oligarcas, filhotes e puxa sacos – tomo II
Episódio: Extra, extra, o grande circo Mão-de-lona chega a Barganhão
lamentando a triste ausência de Kidpalhaço e do Galogalante
Pelos sábios provérbios do mestre Kuskuskintê, “o que o olho não vê a mão tateia para tirar algum tipo de proveito”. Pois bem, em terra de cego, todo caolho anda com óculos escuros espelhados e para dificultar ainda mais, se usa o moderno tripé com três lentes para despistar qualquer tentativa de olho gordo, o que é muito comum em reinos como o de Barganão; ainda que a ausência do mesmo seja maquiada por índice de pesquisa de sebo encomendada pelo sistema fútil de comunicação ensebada, do tipo dessas que não correm de boca em boca e sim de “baba no saco que a mão coça”, mesmo assim, ainda não se pode vacilar quando se trata das artimanhas dentro do embalo da rede...
Pois é, são nesses pré-conformes que o povo de Barganhão segue numa vidinha pacata de reino-quero-ser-grande, mas me sinto uma província! Tudo é autêntico para poucos, o resto são muitos amontoados fãs da unanimidade; algo mais ou menos assim: “a união faz a força e nós deita na rede pra fazer plim, plim”... e voltando a falar de rede, falemos dela mesmo, a famosa Rede-mídia, com seu chá de amansa neurônios e lesa o cérebro sem cera de piedade, aquela que do alto do morro “Suma-de-ré” fiscaliza todos os seus passos em ritmo de samba, nos seus, “tu-cuíca daí, tu-agogô-face de lá”; até porque o iogurte já tá passado demais... qualquer pedra-se-afilia; e quanto aos books, esse a rede queima tudo que é pra não ter prova de nada... Uma coisa é certa se é pra falar de incêndio por meio de conduta ilícita, a Rede-mídia tem larga experiência no ramo de fogos das queimas de roscas, principalmente de arquivos... - Ah! “tupi or not tupi” se tu falasses daí, nóis de certo que ia saber daqui... Quer saber! Pensando melhor, vamos largar isso de mão, deixa isso pra lá é como reza a lenda: “nesse buraco tem tatu tá tudo aqui nesse buraco”... porque muitas cabeças já rolaram por esses cala-bolsos e cala-bocas...
Tudo e nada, essa vastidão toda de argumentos, são adjetivos para Baganhão! Nada é um ermo balaio de idéias manjadas que fica guardado de baixo do sovaco de um secretário qualquer para ser usado nas vésperas dos seus eventos sazonais. É por isso que tudo que acontece em Barganhão, seja de bom ou ruim, é logo copiado. Ainda mais se for coisa pequena, aí é que aparece pirata de todo tipo. Caso que se compreende com facilidade, porque se tratando de pirataria a Rede-mídia Barganhense arrebenta! Seja com musiquinha ingrata, etiquetinha da moda, furto à criatividade por enlatados importados de Sartana dos States, timinho de futebol, big baixaria entre, outras peculiaridades. É sempre assim e assim sempre será, pois tem quem diga que gosto é que nem tampa de caracu e cada um tem a sua, mas mau gosto, também! Diga-se de passagem, nos dias de hoje, dias de concorrências desleais, fica difícil de encarar sem ser lesado... E como a corrente é forte pra segurar o mar brabo, vem logo o grito de “pra frente que se anda”, “terra à vista”, ”olha o saco de barro, porra”... Vamos adiante, que navegar é preciso e o naufrágio é apenas uma circunstância eminente.
Terras, terras e mais terras... assim é Barganhão. Uma terra de tração, de transação, um trato sem tratado num estirão das terras dos confins, com todos os tipos de fins, menos o fim de plantação. Um lugar que até pouco tempo atrás era o famoso ao ermo total, muita verba entrava, pouca merda saia; eram aplicações nos fundos perdidos que sempre encontravam certos bolsos vadios... Uma vadiação nas bolsas de valores que ficavam expostas nas vitrines de Sartana dos States, custando os olhos da cara! E que por se tratar de artigo pra poucos, só os poucos da seita quantitativa é que aplicavam nela. Mas, o que é bom lembrar também, é que personalidade nunca foi o forte de Barganhão. Era só alguém inventar uma merda que seja pelas bandas de Sartana dos States que os barganhenses se sujavam todos colocando em prática de cheiro. Era merda pra feder em doido do reto do demo ao cego ocular do crime! Um cego de mentirinha do clã das bufas anatômicas, já que a legião dos verdadeiros cegos, sem o menor ponto de vista possível e imaginário para os assuntos aleatórios do sistema planetário, “nosso cifrão”, deixava o setor de cúpula sem escrúpulos correr à solta. Um verdadeiro orgiário das redes.
E era um corre pra Sartana daqui, era um corre pra Sartana de lá e os States só crescendo. Pense nisso! Pois é, pense na loucura que era a quantidade de sujeira que se acumulava debaixo dos tapetes furta-pérsia, dentro das urnas engavetadas dos arrojados dadores-de-ideias, vulgos engenheiros de obras prontas, que de forma ultralesiana mantinham brancos os seus elegantes colarinhos. Tudo na base “o que du’omo-limpia nem os capetas conseguem sujar”, tão pouco copiar... E por novamente falar em cópias, há de se lembrar de outro sábio provérbio do mestre Kuskuskintê que “em Barganhão nada se perde, tudo se transforma em cópia”. E cópia se copia nas mais avançadas máquinas copiadoras Jonh Casteleta: “se não copiar correto entra na fanta e dança na cangalha do varão-da-dor polonês”... Pois é! Tudo sob total repúdio de J. Spolleto que suava seu velho trombone sem vara, com sua velha e conhecida goela suave demi-seca, num incansável serviço do eterno grito de guerra, que só conseguia apoio através de um jornal paralelo pequeno, pequeno só na base... mas, um gigante pelas adjacentes intenções de sua prole contundente, única via de comunicação do paladino com a grande massa operária oprimida Barganhense, que por falta de tração e pela formação de um escuso cartel dos donos da combustão, seguia na banguela de boca vazia, sem a menor chance de alçar mão em algum dos projetos de insentivo pra papel de higiene monetária de uma tal famosa Lei da Ruasentê... aquela que não tem quase nada, que não tem nada, que não tem porra nenhuma para pobre... Aquela que só dá tesão pra quem não entende a piada, nem mais, nem menos e como já disse o poeta “toda rua tem um dono, os becos abrigam uns...”. Mas, o que já não é o caso do grande circo Mão-de-lona, vindo diretamente de Sartana dos States com um mega aparato em Lona-de-porrinha, aquela que sempre leva muito mas, só vem de mão vazia, especializada em ganho fácil do tipo “me junto com quem lesa pra não ser lesado”. Oh! Refrãozinho desgranhento... Isso dá até coceira, pega que nem praga da moléstia... E tudo com o famoso projeto de lei assinado pelo agente do ativo, ultra-secreto, dono do tesouro de Barganhão, que ninguém sabe o nome, ou acha que sabe, mas, finge não saber, lógico, senão não seria secreto. Ora bolas! E o que seria das novelas da Rede-mídia com os mesmos enredozinhos muquiranas... E ainda há quem lamba as bolas do saco do velho Casteleta... Buraquinhos de sinuca neles. Barganhão!
Pra um reino pequeno como o de Barganhão todo acontecimento é um fato acontecido. Diferente de tudo... Então tudo passa a ser uma festa, e festa é sempre regada de musiquinha ingrata da boa, que toca cento e setenta e uma vezes por dia numa tal radio FM 51. Álcool assim de dar bafo quente, duma tal dupla de dois, que não tem lá uma banda larga, mas se vira com uma bandinha que toca todo dia de sol e toda noite de chuva, ou vise-versa, não necessariamente nesta ordem. O que alias, em se tratando de ordem, isso é uma coisa que Barganhão perdeu num tal quarto canto excluído. E olha, que mesmo diante de toda empolgação desse povo arretado de bom, podia-se notar uma triste ponta de desagrado. Justamente pela ausência de Kidpalhaço e seu disfarçado Galogalante. Uma famosa dupla de um dobrado em dois que, às vezes, não se sabia quem era quem. É que talvez, fosse por isso mesmo... A causa, o motivo maior para que as raparigas de Barganhão tivessem o terrível hábito de se comer na mão de banguela nas chapinhas dos cabelos alheios, tudo em virtude da falta de tração pela combustão maria-cana-da-roça. Eis a questão: o combustível, esse era o nome secreto de Kidpalhaço e seu Galogalante. Mas isso fica por conta da CEIA – Centro de Excelência em Investigação Alheia - do Sr Little Check in Home, aquele que emite o cupom, finge salvar o lesado, que já anda cansado de ser passado para trás. Mas, que na verdade divide a arrecadação com os afiliados da seita quantitativa, sempre o mesmo circuito vicioso que só entra em curto quando o pobre mete a mão, ironia maior é a Rede-mídia que disfarça num melancólico ditado a favor dos fracos e oprimidos, os mesmos que ela ajudou a afundar com seus programinhas “três, três passará, todos três vão se ferrar”, dia sim, outro também pra ficar grudado na cacholazinha. Ah, minha fada madrinha quem escondeu a sua varinha? Essa fada plim, plim, essa fadinha...
Falar da Rede-mídia é correr os riscos do cabaré... É uma mão na zona dali, outra mão na zona de lá que quando o filho nasce feio ninguém quer o compromisso, e bolas nos bagos que uma grande parte da mata atlântica já foi grilada, agora o olho da lente é na Asmazona... E voltando pra zona, ou seja, pra bem perto, olha nóis novamente em Barganhão... Era de conhecimento dos três cantos do reinado, que o grande circo Mão-de-lona sempre mantinha uma longa tradição de família: “nunca deixe a peteca cair no quarto canto excluído, contudo ninguém é insubstituível”... e tome com os bagos n’água! E bolas pra que te quero... Pois nesse caso não tinha como reverter a situação, nem mesmo contando com toda maestria malemolente da hábil astuta dançarina de pantalones das lendas de outros carnavais: “espelho, espelho meu”... A espetaculosa Lady-Gagadênce, que ainda sim, não se fez nem se foi capaz de encobrir os tons da famosa marchinha de outrora sazonais carnavais; que além de agradar, já estava gravada e cantada na goela do povo Barganhense, claro que tudo com o apoio da Rede-mídia, aquela que vende a bolacha salgada ou insossa, sempre acompanhada do chá que amansa neurônios e lesa o cérebro, mas não perde o passo no paço do seu passo, e som na caixa... “Musiquinha neles Barganhão”!
“o pau que rola é o esculacho ta um tititi no palácio
o circo chegou no reinado trazendo animação
veio até mico dourado, só não veio o galo e o palhaço
kadê, kadê, kadê o palhaço as galinhas clamam pelo galo”
Uma estória de ficção, toda e qualquer semelhança
com a realidade trata-se de mera coincidência.