por
ser parceiro da dança dos sentimentos
um
eterno aprendiz da abstração das vaidades
sei
dos caminhos para detalhar as trilhas de sonhar
alimentando
minha arte nos infinitos estradeiros
pelo
alheamento íntimo dos semeados quintais
nos
meus aprendizados de adormecer a realidade
descobri
que o sonho acordado faz estreitar beijos
que todos os meus
versos pairam e prosam o ar
minha poesia se
mistura à giração das chegadas
gosto de abraçar os
mais diversos esquecimentos
e por ser herdeiro nato
da estação mãe lembrança
fiz mestrado na
ciência de sussurrar com o tempo
não sei gostar da
obrigação controlada das horas
tenho inclinações com
a constelação portas abertas
trago nos olhos a liberdade
pela revolução palavra
para as vestes de
direita tenho porções de atalhos
feito aquarela de arco-íris
a dar cor aos madrigais
numa oração comum
entoada como hino de luta
em resistência aos
fúnebres temerosos golpes
e nessa nossa longa
social sentença de viver
confesso em próprio
sangue a minha anarquia
ainda que me
esquartejem a esquerda...