terça-feira, 3 de abril de 2012

altos por autos

sou como reticências um andarilho errante
um caminhador um catador de horizontes
um ser de todos os altos, aprendiz do refazer
trilhei os andes, louco, devaneei o himalaia
criador do meu desassossego, contador da giração
um ser de todos os autos, um sonhador à deriva
sou filho da compaixão, herdeiro da compadecida
o mundo todo é minha casa, minha sentença é viver
meu ofício é o recreio de arrumar palavras 
um tanto de tudo me atrai, o de nada também
me atrai o desajeitado beijo da despedida
e muito mais o descompassado na chegada
me atrai o abraço amassado, a cumplicidade
o redescobrimento dos pés pela renovação
em contra partida à roda, rodas a rodar
prefiro as cirandas então canto roda viva!
roda gigante! roda moinho! roda pião!
mas, de contra partido à roda, rodas a rodar
e ainda que morras em inércia ou paralisia
de vieses, às escorias, por pistas fascistas
não apraz, nada trás tão pouco me atrai,
são atos móveis que não comovem

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