sou como reticências um andarilho errante
um caminhador um catador de horizontes
um ser de todos os altos, aprendiz do refazer
trilhei os andes, louco, devaneei o himalaia
criador do meu desassossego, contador da giração
um ser de todos os autos, um sonhador à deriva
sou filho da compaixão, herdeiro da compadecida
o mundo todo é minha casa, minha sentença é viver
meu ofício é o recreio de arrumar palavras
um tanto de tudo me atrai, o de nada também
me atrai o desajeitado beijo da despedida
e muito mais o descompassado na chegada
me atrai o abraço amassado, a cumplicidade
o redescobrimento dos pés pela renovação
em contra partida à roda, rodas a rodar
prefiro as cirandas então canto roda viva!
roda gigante! roda moinho! roda pião!
mas, de contra partido à roda, rodas a rodar
e ainda que morras em inércia ou paralisia
de vieses, às escorias, por pistas fascistas
não apraz, nada trás tão pouco me atrai,
são atos móveis que não comovem
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