resolvi aprender
mais sobre os assuntos do espaço
desembrulhei as
mãos pra afinar o tato nas digitais
deixei de lado o compasso,
a régua e o transferidor
às vezes transferir
a dor requer acolhimento e zelo
algo como desenrolar
o adormecido fio dos novelos
como cavar na unha o
pensamento mais enrugado
ai então achar um
cantinho no cavado chão do céu
sempre fui bom nas
lições de cavoucar nas nuvens
por isso descobri os
precipícios de derramar chuvas
regar a vida é ritual,
coisa de abstrata necessidade
quando triste choro
de mar por afluentes de banzo
já alegre também me
dano a chorar pelos cotovelos
acho que gosto
mesmo é de juntar lagrimas de rir
guarda-las para no largo
tempo fabricar orvalhos
talvez tenha que repassar
ao passatempo dos dias
o longo itinerário
de reconstruir os conhecimentos
para continuar
brotando pelo saber desencadernar
dar valor ao nulo é
sabedoria duma pá de ciências
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