quinta-feira, 9 de agosto de 2012

intimamente XII



assopro constelações como quem procura aquecer os dias
o pouco que sei sobre o sol semeio o ar para sobrevivência
dentre todas as intimas e longas conversas pelos telhados
numa delas aprendi com os cata-ventos a refazer girações
que o universo é regido pela união de nossos movimentos
nenhuma unanimidade é maior que o argumento palavra
a poesia me torna livre! a ela confidenciei meu ponto fraco
tenho pacto com as minhas canções para resistir às cifras
no degustar da língua trago vida, minha sentença é viver
de tudo que foi ensinado pelos homens restaram as aspas
e hoje quase nada tem serventia, mas, me refaço nadando
muitas vezes as explicações são como lições sem conteúdo
que enche o profundo vazio sem contar um conto de fada
quando menino ouvia conversas que as portas deixavam
de tantas assombrações que nas sombras deixei luz acesa
a maior parte dos medos que me atiraram revesti de teias
e o resto perdeu-se nas minhas desilusões com a historia
talvez seja esse o motivo de gostar bem mais das estórias

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