assopro constelações
como quem procura aquecer os dias
o pouco que sei
sobre o sol semeio o ar para sobrevivência
dentre todas as
intimas e longas conversas pelos telhados
numa delas aprendi com
os cata-ventos a refazer girações
que o universo é
regido pela união de nossos movimentos
nenhuma unanimidade
é maior que o argumento palavra
a poesia me torna
livre! a ela confidenciei meu ponto fraco
tenho pacto com as minhas
canções para resistir às cifras
no degustar da
língua trago vida, minha sentença é viver
de tudo que foi
ensinado pelos homens restaram as aspas
e hoje quase nada
tem serventia, mas, me refaço nadando
muitas vezes as
explicações são como lições sem conteúdo
que enche o
profundo vazio sem contar um conto de fada
quando menino ouvia
conversas que as portas deixavam
de tantas
assombrações que nas sombras deixei luz acesa
a maior parte dos
medos que me atiraram revesti de teias
e o resto perdeu-se
nas minhas desilusões com a historia
talvez seja esse o motivo
de gostar bem mais das estórias
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