talvez eu devesse
me preocupar apenas em contar estórias
no desnudo
desmantelo dos dias a correr na sede dos rios
a encharcar o verbo
com pura intenção de selar com beijos
os diversos aninhados
recantos dos pés de ouvidos alheios
calçados de pouco
saber, às vezes saber demais gera estafa
por isso desgosto
do ponto marcado, prefiro seguir a lenda
sei rodar ciranda entrelaçado,
redesenhar noites de estrelas
nas minhas andanças
aprendi com o silencio da escuridão
a contornar as
pedras guiado pela magia do céu enluarado
gosto da língua do
fogo para aquecer tambor, abrir diálogo
numa longa e vaga
conversa com o meu amigo vaga-lume
foi que descobrimos
que há tanta beleza pra ser desvendada
por trás das luzes
artificiais dessas gerações reprogramadas
que é necessário palavrar
o tempo por intermináveis linhas
até nos embolar de
vez no carretel pelo universo dos contos
como pipa solta
desninhada de cabresto e levada pelo vento
a multiplicar
traços pelas tortas vias de mãos imaginárias
para enfim desatar cada
nós do nó e nos libertar em versos
Amor meu,
ResponderExcluirVi essa poesia nascer, como tantas outras
"Mas, devo confessar" que o reencontro com ela aqui foi, digamos, como um encontro com um vaga-lume... mágico...
O registro do registro é porque a despeito dela ser mágica, percebo que ela não está no livro que lanças hoje... não está no "Arrumador de palavras", que há de ser o 1º de muitos que eu hei de ver nascer também...
Parabéns e longa vida à mente de giração.
Amo-te do raso ao fundo...