segunda-feira, 12 de novembro de 2012

desacreditador


             
talvez no fundo dos quintais de fundos pro nada
bem de lá do longe que mais pra longe impossível seria
lá pelas longínquas fronteiras da individual escuridão
de se apagar resquícios no intimo esquecimento
possam estar enterradas as sementes da esperança
então cabe a cada um de nós crer na capacidade
de invadir as redes dessas fogueiras vaidosas
que insistem em perdurar de escorre dor
escondendo os conteúdos das páginas de livros queimados
e reproduzindo copias de história alheia aos seus
numa triste cidade de nunca compreender
que a arte de contar estórias é passada de boca a boca
e quem tenta amordaçar a boca da noite
ficará sem dente pelo dia de não mais contar estórias
uma coisa é certa: a certeza é filha da duvida
duvidar não nos transforma em meros desacreditadores
toda duvida gera substrato para as mentes de giração
muitas vezes, por trás de alguns gritos
se escondem os medos de tantos silêncios
muitas vezes a necessidade de ganhar algo pela revolução
esta na sensação dos que aprenderam a perder
para os que lesam a vida por interesses mesquinhos
não cabe a ninguém o direito de semear infeliz cidades
desejar bem é estabelecer parcerias com a distribuição
é necessário saber debater, diálogos não são monólogos...
é imprescindível o reconhecimento da existência
trago em mim o árduo aprendizado de ser amador
e acredito que passar despercebido de tudo que já se sabe
é reabilitar a capacidade de saber reaprender
porque acreditar faz a vida creditar novos dias...

3 comentários:

  1. Parabéns !!!
    Gostei de passar por aqui...

    Fraternalmente...

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  2. Luis Lima,sugiro-te este blog de um amigo em Portugal:

    http://crnicasdeseda.blogspot.com.br/2012/11/in-arrumador-de-palavras-sair.html

    Beijos...

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  3. maravilhoso poeta, um tempo dos quintais.

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