terça-feira, 3 de setembro de 2013

intimamente XI


pouco me interessa a relevância dos gráficos cartesianos
que nos remetem às dimensões próprias por linhas exatas
sou rascunhado nas escritas e reescrito em rabiscos de cera
o meu aprendizado de recriar cores pela mente de giração
trago no bolso à saciar em arte a magoa de sede dos dias...
sei caminhar lado à lado ao desavisado silêncio das estórias
como quem atravessa o íntimo estradeiro da imaginação
para escutar os desatinos dos aluados corações, ao vento
tenho pacto de amor com palavra, parceria com desencontros...
meu universo são os diversos cantos encantados de versos
uma parte de mim é canção, a outra, parte abstraída...
regida por horas aleatórias que se assomam às minhas digitais
guardo na concha da mão o dom doado em barros de gerar
que se entranha ao musgo da minha ciência de esmero
nessa minha permanente sentença de viver
nenhuma partida pode ser maior que a chegada
quando o abraço confortador afaga a alma
para tudo que se diz do mau tenho bem vindos beijos
o nada, é preponderante, capaz de preencher o vazio de tudo
quando todos nadam para o sonho de feliz cidade
saber extrair o valor do nosso lado do rio
é o exercício de reconhecimento das incertezas
não basta apenas fincar os pés na terra
é necessário aprender semear raiz, para deixar lastros...

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