sigo
entre os detalhes da simplicidade inexplicável
num
emerso afloramento a descortinar retinas
feito
o desnudar de labirintos das digitais
que
faz suar minhas mãos a tecer linhas à fio
trama
sobre trama no unir versos às letras
de
um herdado relicário de guardar saudades
no
arrebatador desejo de inclinar os cotovelos
debruçando-me
numa janela qualquer do tempo
como
se quisesse rever o que tão meio despercebido
deixei
inebriado num rincão a espera de melodias
ou
quiçá fosse um aguardar de anoitecer horas
para
brincar com a pulsação de imaginar estórias
dessas
que disparam desgovernados corações
pelos
mesmos caminhos consecutivas vezes
para
que os esquecimentos fluam nas lembranças
no
contínuo regenerar das imprescindíveis mutações
devo
confessar aos ouvidos que se deixam escutar
que
o aprendizado de rabiscar tinta às palavras
é
magia que não carece diagnósticos “embulados”
saber
sentir o fascínio das recriações alheias
é
exercício para todos os encantos de sabedoria
feito
coisa de fitar a giração dos pensamentos
de
saber abrir portas para o que se revela novo
uma
difícil arte de fácil e esmero revestimento
muitas
vezes ação íntima da recreação juvenil
um
dia hei de aprender o raso dos ensinamentos
para
emaranhar a estação das tantas novidades
como
um regador a descondensar chuvas de poesia
no
aconchego maduro de minhas raízes grisalhas
e
ainda que os temporais me encharquem as rugas
seguirei
a dar voltas nas estancias de refazer vidas
de
reconstruir amigos, de consolidar diálogos
acreditando
que as nossas diferenças
são
apenas atração instintual dos opostos
nessa
feliz necessidade de romper monólogos
que
servem de sangradouros para individualismos
sem
acrescentar rastro de sonhos conjuntos
só
vamos conseguir enxergar o mundo pelo todo
se
soubermos aos poucos reconhecer a humanidade
não
sei ao certo por onde dançará cada passo meu
mas,
sei onde e entre poesias, a dança dará
seu
doce jovial ar de graça...
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