sábado, 27 de janeiro de 2018

intimamente XIV



descobri no quaradouro de secar pensamentos 
o sopro de fabricar chuvas para inundar de chão 
os amontoados sonhos engarrafados pelo espaço
que os caminhos começam nos pés 
para estender horizontes de não findar
que solidarizar é refazer e render 
toda a graça de regenerar os quintais
coisa que nem ciência de acolher o dia 
desde as primeiras horas da noite
descobri no quaradouro de secar pensamentos 
a linha de medir o infinito para aproximar o encontro 
recentemente ameaçado pelo bote da imposição
que abismos são selados com pontes 
a garantir o imprescindível abraço
que distribuir é consolidar e redefinir 
direitos e deveres iguais a todos
coisa que nem esmero materno 
que se multiplica a cada sussurro ecoado
descobri no quaradouro de secar pensamentos 
a giração de atinar a vida para descortinara íris
dos olhares sombrios avessos aos desapercebidos 
que apalpar o vento faz sentir na mão 
a poesia cósmica que uni versos
que ação social misturar é dura 
diante da dita coação dos que separam
coisa fácil como projetar a própria felicidade 
difícil é fazer feliz o outro
por ter ciência de acreditador 
da generosa doação do recanto terra batida
em seus mais diversos extensos abrigos 
sublimados do lazer ao lavrado
aprendi a contar como causos íntimos 
a me debruçar pelas entrelinhas como quem abre a mente 
para o desveste-mento dos saberes doutrinários
que se submetem ao desequilíbrio 
das regras da meritocracia individual
é necessário o oficio dos mutirões 
regados pelo sagrado ócio recreativo
de tanto perder o olhar nas distancias 
de não encontrar o que já enxergo
seguirei a fio nos varais a secar o pensamento 
pelos quaradores do mundo
a somar diferenças a cantar desencantos 
a sentir a tão vontade alheia...

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