descobri no quaradouro de secar
pensamentos
o sopro de fabricar chuvas para
inundar de chão
os amontoados sonhos engarrafados
pelo espaço
que os caminhos começam nos pés
para estender horizontes de não findar
que solidarizar é refazer e render
toda a graça de regenerar os quintais
coisa que nem ciência de acolher o
dia
desde as primeiras horas da noite
descobri no quaradouro de secar
pensamentos
a linha de medir o infinito para
aproximar o encontro
recentemente ameaçado pelo bote da
imposição
que abismos são selados com pontes
a garantir o imprescindível abraço
que distribuir é consolidar e
redefinir
direitos e deveres iguais a todos
coisa que nem esmero materno
que se multiplica a cada sussurro ecoado
descobri no quaradouro de secar
pensamentos
a giração de atinar a vida para
descortinara íris
dos olhares sombrios avessos aos
desapercebidos
que apalpar o vento faz sentir na
mão
a poesia cósmica que uni versos
que ação social misturar é dura
diante da dita coação dos que separam
coisa fácil como projetar a própria
felicidade
difícil é fazer feliz o outro
por ter ciência de acreditador
da generosa doação do recanto terra
batida
em seus mais diversos extensos
abrigos
sublimados do lazer ao lavrado
a me debruçar pelas
entrelinhas como quem abre a mente
para o desveste-mento dos saberes
doutrinários
que se submetem ao desequilíbrio
das regras da meritocracia individual
é necessário o oficio dos mutirões
regados pelo sagrado ócio recreativo
de tanto perder o olhar nas
distancias
de não encontrar o que já enxergo
seguirei a fio nos varais a secar o
pensamento
pelos quaradores do mundo
a somar diferenças a cantar
desencantos
a sentir a tão vontade alheia...
a sentir a tão vontade alheia...
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