um dia ainda hei de
aprender sobre os disfarces do tempo
com todas as minhas
ferramentas para refazer as girações
talvez seja capaz
de me disfarçar em infinito pelas retinas
tenho na bagagem uns
tantos dos aprendizados das cores
do guardado de
viver voando entre as asas das borboletas
gostaria que a novidade
fosse coisa como sentir saudades
deixando no esquecimento
aviões montados pra não voar
gostaria que a
novidade evaporasse encenada nos asfaltos
pelos concretos
endurecidos nas paisagens cinza chumbo
quiçá os recentes
anos de mudanças tragam prosperidade
e que a covardia não
sirva de indumentária pros homens
gerar sentimentos
coletivos é revitalizar a palavra amor
o instintual tem
parte comigo sei rejuvenescer o passado
sinto a dor de todo
mundo por isso passei a respirar arte
desde que nasci
sigo contando reticências pelo caminho
numa solitária
imaginação como quem procura origens
nem sei ao certo se
vou descobrir ou se serei descoberto
ou se o que busco
não seja algo já entranhado em mim
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