a
falta de sentido em todo seu descompasso
cabe
no louco precipício incontido da poesia
o
verso é livre absorto de regras ou rimas
nos
meus íntimos aprendizados de rimador
descobri
como quarar canções desarrimadas
é
necessário tocar o que se fala ainda que não veja
para
enxergar sentindo intensamente o que se toca
o
aquecimento da lembrança contorna sol ao noturno
lembrar
é ação acomodada tal qual fogueira sazonal
na
reação contínua do esquecimento individual
sei
ser poeta no alheado pensamento esquecido
pois
aprendi a lançar no tempo semente de giração
muito
pouco me interessa a teor cidade gramatical
o
teorema matemático perfeito pra resoluções vazias
quase
e sempre as teorias são como horas lançadas
no
vago de não render um poema ao recreativo ócio
toda
palavra é grávida no singular exercício
de
doar o seu coletivo de letras pelo universo
o pouco que sei
sobre a ciência da cigarra
me faz morrer
sinfonia cantada nos varais
renascendo quintal no cordel umbilical do mundo
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