segunda-feira, 2 de junho de 2014

aos puxa-sacos


costumo fazer arte escrita, falada e cantada
meu microfone é reservado, porque a prática comum
é a de dar voz aos que falam o que a mídia quer ouvir
muito dos grandes nomes da arte se perderam pelo caminho
talvez por baixar demais as suas retaguardas
digo sempre que jogar pedra a ermo
faz renascer o ingrato tempo da lasca...
desde as entradas e bandeiras somos os filhos à deriva
do que se pode chamar de fardo das imposições
aplicado pelos coronéis latifundiários, políticos safados
e também pela senhora comunicação de quadrilha
essa sim, raramente atingida nas suas lentes
em nome de uma tal censura que a mesma promove
se a principal prerrogativa do jornalismo é a isenção
como explicar uma folha que nem é dupla na higiene
declara descaradamente ao “moto serra” o seu apoio
devo confessar seu xi-coçar puxa-saco, babão de holofotes
que sei “que país é esse” e vos apresento... BRASIL!
mas, já em relação a governos passados a coisa é meio escura
e pior fica quando se trata de vossos vitalícios patrões
agora, na gestão atual, se pode afirmar sem medo de errar
nunca houve tanta distribuição aos menos favorecidos
e virando novamente a mira para o lado dos coronéis
vós que sois nordestino ainda que patriota canalha
sabeis o quanto vossa imprensada imprensa
os fortaleceu em nome da apoderação de terras alheias
tanto quanto ao peso dos vossos encabrestamentos
digo também: transferir a culpa das mazelas dos vossos eleitos
aos seus fictícios pobres eleitores chega às raias da covardia
e diante dos erros dos desqualificados institutos de pesquisas
hoje em dia nem os jumentos confiam nas técnicas de apurações
mais uma vez reforço não gostar dos nomes próprios
n’arte cabe todas as nuances da abstração
relato de cabeças fica por conta de jornalistas sérios
no pleno exercício de suas distintas funções
o que passa bem ao largo do senhor
é de vital importância que o cabresto seja fantasia extinta
no carnaval das redes comunicativas associadas a parlamentares
desde já e sem mais delongas em linhas
folgo em vê-lo alegre retumbante na maior distancia possível...

Um comentário:

  1. "Babão de holofotes...
    folgo em vê-lo alegre e retumbante na maior distância possivel.."

    Faço minhas as suas palavras, Luis,

    Te agradeço pela leitura e gentil comentário, ao poema em meu blog, Luis.
    Aí,vim aqui. QUANTA RIQUEZA!

    A começar pelo pássaro que és:

    "Sou como um pássaro à reboque do vento, pousado no arame nas distâncias, com minha mente de giração a fitar a cidade e todas as suas luzes! "...

    Suprema honra poder acessar sua inspiração, sentires e perceberes.

    Grande abraço,

    Carmen.

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