terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

sobre a intolerância





quase e sempre a obrigação do silencio imposto
veste-se de coadjuvante tenebroso
desses longas-metragens com roteiros
medianos obscuros e castradores
assim como um tolo viciado amuleto
no seu carente invólucro sombrio
de ianque protagonista da trupe fidalga
incapaz de render em cuspes
uma linha ou lauda verborrágica
do seu prevaricado discurso encomendado
que apenas reflete o ego individual
em nome de uma meritocracia recalcada
devo confessar veementemente à corte
que o mundo não é a vossa extensão cortesã
nem cabe na intolerância do vosso curral
a ausência da graça esvai o retrato
e o retardo d’alma chumba a queda iminente
é no lesar do timão que se desorienta
a nau ao desvario das derivas
é no cansaço do pirata que o cupim faz festa
e o alienado papagaio certifica suas cópias
como já dizia o digníssimo diabo
diante da cristandade inquisitória
digas com quem andas que eu te direi se vou
na falta do teco tico-tico no fubá
é pimenta no porco e pregas na porca
torno a repetir como dito redito
ainda que o rito seja de praxe e prazer
a generosa loucura é coletiva
e tem pacto íntimo de amor com a arte
é como sentir o leve abraço desnudo
dos que sabem fingir não saber
para no constante e incansável
exercício reaprender novamente
já isolada jaz insana aprofundada
em tédio no fúnebre calabouço
do branco abraço dos fracos
no desserviço de arrotar desvarios
prostra-se a ignorar todos
e quaisquer pensamentos contrários
sem nunca aprender
o que ainda lhes é de certa forma estranho...

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