quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

oração comum





por ser parceiro da dança dos sentimentos
um eterno aprendiz da abstração das vaidades
sei dos caminhos para detalhar as trilhas de sonhar
alimentando minha arte nos infinitos estradeiros
pelo alheamento íntimo dos semeados quintais
nos meus aprendizados de adormecer a realidade
descobri que o sonho acordado faz estreitar beijos
que todos os meus versos pairam e prosam o ar
minha poesia se mistura à giração das chegadas
gosto de abraçar os mais diversos esquecimentos
e por ser herdeiro nato da estação mãe lembrança
fiz mestrado na ciência de sussurrar com o tempo
não sei gostar da obrigação controlada das horas
tenho inclinações com a constelação portas abertas
trago nos olhos a liberdade pela revolução palavra
para as vestes de direita tenho porções de atalhos
feito aquarela de arco-íris a dar cor aos madrigais
numa oração comum entoada como hino de luta
em resistência aos fúnebres temerosos golpes
e nessa nossa longa social sentença de viver
confesso em próprio sangue a minha anarquia
ainda que me esquartejem a esquerda...
                                               

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