sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

rascunhando abrigo



corro no infinito lastro azul do céu
sou das terras do sem fim
todas as sinfonias do além me interessam para nadar
boiar no rio do pensamento faz sorrir de graça
trago o brilho de cada estrela solidária
no meu emaranhado manto
que abriga meu imantado coração
sei aquecer de sol a alma pelas asas das borboletas
num deslizar e pousar sobre o trilho das letras
refeito na compilação de telhados
do meu aprendizado em giração das mentes
sei também me deixar levar por todos os sonhos
seguindo os intermináveis escorredores de labirintos
onde nenhum minotauro é capaz de me fazer tremer
tenho licença de cavaleiro das tecnologias mitológicas
assim como as tramas dos barbantes
tecidos pelas linhas das mãos
como herdeiro do reino das sábias rendeiras
aprendi que a vida transvaza nos poros
e faz render lágrimas nas chuvas
que todo universo cabe na sutileza dos versos
sou aprendiz da ritual dança das luas
elas seguem me ensinando a quarar os cordéis de sinhazinha 
como um guardar o amor arando o mar
o melhor abrigo é sempre aquele
que abriga o que temos de melhor

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