segunda-feira, 7 de julho de 2014

aos impostores


tentar estabelecer direitos iguais
entre os argumentos e as teorias impostas
por tolos cria dores de pequenos mundos próprios
é correr o risco de banalizar a oração da palavra
sob pena de corisco se apagar sem chama de lampião
da adormecida lembrança dos herdeiros do recôncavo
feito pó bélico remanescente dos chumbados soldados
enfileirados para a engomada revista dos coronéis
na triste cidade dessa real capangagem da história
cabe ao universo a vastidão dos pensamentos
assim como ao pensador o compromisso humano
heróis são como rótulos de impactos fulminantes
na mesquinha fabricação da massa dependente
não há falta quando o cabresto é a diversão presente
ignorar os benefícios alcançados pelos açoitados
é ação da cruel rotina dos que subjugam a arte
diante dos seus exclusivos interesses individuais
quem alimenta o artificial nado em vácuo
boia no rio de merda das máscaras bajuladoras
sei dos ensinamentos de colher no tempo
o exercício de cortar na carne, as dores do mundo
por ser dos coletivos aprendi a estreitar as distâncias
instaurar o novo sob abnegação da sabedoria
é estagnar-se oco rebocado em furta-cor
na vã ilusão das meras tinturas passageiras
reconhecer é dádiva de liberdade para os diálogos
e como já disse o sábio poeta paraibano
respeitem meus cabelos brancos...

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