hei
de extasiar os meus loucos delírios poéticos em cada poente olhar
pelos
desnudos da liberdade dos mais íntimos escritos sentimentos
e
ainda que arredio que estranho a muitos ou entranhado em poucos
possa
esparramado sol descobrir em mim a sutil feliz cidade alheia
como
aqueles que consolidam laços a construir pontes imaginárias
que
nunca findam em abismos pelos vastos universos de abraços
numa
fraterna explosão de apreços seguidos de beijos repaginados
e ainda que se sobrepese
a carroça com essa desesperança imposta
ao açoite do
chicote no lombo pelas ferraduras de encabrestar passos
ainda que pese o
reboco da sombra dessas camufladas armas duras
que sorrateiramente
amargas se acostumaram a circundar a palavra
nessas hereditárias
e paralíticas praxes cegas de emprenhar escombros
num inútil
escorar-se por intenções seletivas deprimentes e delatoras
por estes dias em
que “executa dores” sumários castram a criação
com suas medíocres
tramas desprovidas do ardente tramado amor
eis, que devo
confessar aos meus amados e distintos interlocutores
que sinto a vida no
pulso mutirão, no simples plural humanidade
pois pouco sei dos
esboços dos traços desses tais suntuosos castelos
e muito menos dos
seus habituais boçais a ostentar padrões fúteis
de uma solidão que
serve de armadilha para o oco vazio d’alma
como aprendiz da
terra batida, do logradouro aninhado das mãos
sei dos contos lavrados
de limo, da lama que faz voltar o tempo
do barro encarnado
de contar as girações banhadas de orvalho
e por ser irmanado
das raízes, das nascentes, do cais das cores
gosto dos
movimentos, da união pelas múltiplas diversidades
daqueles que tecem
elos e fazem expandir a interlocução d’arte
dos que sabem
chorar afluentes, pois antes aprenderam a sorrir
daqueles que abrigam
amizades pela necessidade de emanar calor
dos que somam a multiplicar
o hábito de alimentar a distribuição
daqueles que
ensaiam o improvisado desejo a redistribuir encantos
dos que por fim
fazem o real cada vez mais próximo dos sonhos
e se for para
quedar entre aquele que só diz e o que nunca faz
prefiro a versão
mão daqueles que guardam os calos da história......
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