enquanto
cobrirmos o mundo a olhos mesquinhos
num girar
em torno das fúteis colunas socialites
seguiremos
nesse vazio incauto e cego horizonte
a
sufocar lastros culturais desencadeando exclusões
não se
pode justificar o dolo com a imposição doutro
tão
pouco disseminar ódio livre da pena punição
sempre
que o tal dito cujo algoz sofre um ataque
o seu
pequeno mundo próprio se torna ofegante
e a cada
segundo seu entorno refém da retaliação
quando
se parte da condenação do holocausto judeu
ao
atentado das torres de hegemonia capitalista
tudo prepondera
em fato atuante no foco sensacionalista
das
lentes a estampar terrores nos seus desserviços
já no
que diz respeito aos antigos e atuais massacres
indígenas,
negros até o extermínio pela ira atômica
o viés nada
em melancolia e já que o olho é oco e cauto
sobra
impunidade pela ausência dos homens falantes...
a
triste cidade beira o contagiante, pois se continuarmos
vamos facilmente
estranhar o quanto é tão estranho
que apenas
os revolucionários sejam diabos sanguinários
que
suas utopias sociais sofram a crucificação diária
deste
mundo travestido de santos coronéis generosos
que
batizam escolas, bairros, ruas, praças, avenidas...
todo
cinismo retrata a completa ausência do argumento
e toda violência
é apenas o retrato capital do capital
numa desordenada
geração em cadeia onde o resultado
resulta
na exposta lotação de “pedrinhas e carandirus”...
o que
acontece hoje nas cidades mais atrasadas
é o “breve”
anos passado ao sul deste mundo afora
mas,
como a nossa maquiada estúpida comunicação
é parte
dessa formação de quadrilha colarinho-chique
nós nos
tornamos vítimas dessa imposta sensação
de individual ignorância estilo burguês contemporâneo
onde a
nova toga seletiva é parte aliada da velha chibata
em seus
costumes escravocratas de emprenhar grilhões
a escorar-se
nos frios escombros dos sombrios calabouços
impondo
confissões delatoras como verdades sem fatos
editando
novamente a história em adultério digitalizado
mas
devo confessar, somos nós os responsáveis por isso
e reafirmo:
quem detesta pobre é classe média isso é medieval
estatística
quase sempre torna a vida irrelevante e desumana
nesse inexplicável
encantar-se pelo outro lado do rio...
o
folclore é nossa raiz, nós somos o terreiro e o terraço
não
temos que prestar serviço de reles repetidores do alheio
tão
pouco sermos subservientes aos proprietários vitalícios
talvez
tolo seja acreditar que filosofia é a busca da verdade
quando
o universo da veracidade mente descaradamente...
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