segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

repetidores


o dia nasce...
rompe as frestas do horizonte
num êxtase silenciador
mas, todos os dias o dia é nascedouro
e nasce sem a licença das praxes
nasce cronologicamente desigual
da mesma forma incondicionalmente igual
e nós por dentro e por fora dos nossos íntimos
nos embrenhados nas fáceis individualidades
e aos milhões, nos quedamos a dormir
ou a rodar cirandas ao ermo
no oco esquecimento da existência dor
como que dança na folga das horas
loucos na alegria travestida
de começarmos a emprenhar o tempo...
feito corredores de escorrer solidão
pelas estressantes motorizadas derivas
sim, somos nós!..
exclusiva a mente nós
meros passatempos em vida...
e como já escreveu um amigo poeta
“quem passa a vida, não amarrota”.
e quem amaria então?...
se apenas seguimos a escurecer os dias de noites
nessa eterna ilusão de esquecedores...