quinta-feira, 30 de agosto de 2012

maria e joão


perdi o encanto por um canto qualquer do conto
se canto magoas é por que estou farto...
dá um desconto!
eu ando meio assim sem encantos
devo até confessar
que meu humor, ultimamente, se veste de breu
não me interessa mais a maria e o joão
com dedos finos pelos buracos das fechaduras do mundo
sem essa que todo buraco jaz na china comunista
gosto mesmo é do comum a todos
prefiro joão e maria fazendo passeatas revolucionárias
por becos e ruas, com balas na ponta da língua
sem essa de paz e amor, maria, maria!
o tempo só enferruja o gatilho dos fracos
tem mais é que fazer a desconstrução do gerador, seu joão
geração coca cola é cola de sapateiro nas ventas
a novela é cega que nem cera de vela nos quentes do olho
noutro dia vi joão agachado no exercício de desmanchar uma televisão
consciente de que se desfazer de imagens castradoras
é abrir caminhos, pôr sol nos horizontes
para não chorar com maria as dores de que o crime compensa
a falta de opinião enche baldes de ladrões
pelo ladrão se esvai água
a sede mata!
mata toda maria e joão
e, também, mata josé...

domingo, 26 de agosto de 2012

moléstia parte




fazer apartes na modéstia é alimentar o contagio
da moléstia parte dos velhos e novos coronéis 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

explosiva




a rede do armarinho com seu “norau”
de fazer da sua vida um pardieiro
vem como sempre
descaradamente informar
que as terras de jacarepaguá
só são boas “pro-jato”
e não presta “pro-auto”
e ainda alerta sobre o mapa das minas
que agora é só pra sócio com “greencard”
aaah minha avozinha! pra pobre só carta sem selo
passada no escaninho enrugado
esse passado recente da dona gleba
com os velhos generais que deu que douro
guarda em seus dossiês o fogo da inquisição
além de muitos caminhões de lavar homens no inferno...

domingo, 19 de agosto de 2012

pobreza de espirito


o espirito pobre tem a nação que padece,
e tem mais, tem na ação o que merece... 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

na vanguarda?!...



 há mais de trinta anos os donos da comunicação
vêm do alto de seus canais de rádios e televisões,
dos seus jornais e revistas, incendiarem o discurso
de que o pais é o antro da política de corrupção
sem nunca mostrar ao certo a que veio ou a quem serve
pois bem, deem nomes aos bois!
coloquem as cabeças nas vitrines!
sem pudor, sem fazer cerimonia ou retaliação
muitos deles são produtos de sua excelência
o poder emana do vício cotidiano povo
a massa é manuseada pelo açoite das antenas
mas, não esqueçam de levar em conta
que as suas comunicações são geradoras de jogadas lucrativas
sempre, em nome de todo e qualquer tipo de miséria,
e, também, não esqueçam de acrescentar à conta
que todas as formas de oligarquias, há anos impostas,
passaram e passam por seus corredores e salas de reunião
como explicar tais torpes parcerias sub contraídas dos generais
e, hoje, divididas com os travestidos coronéis nordestinos
que fique explicito em tinta derramada:
muitos desses cleros familiares e políticos
consolidaram sua vitalícia forma de poder
graças à sua indiscriminada e criminosa ajuda!
e, mais, solidificaram seus ilícitos enriquecimentos
no descarado brado de burlar massacrando as proles!
como pode agora negar, fingir, o dito poder
que isenção jornalística é capaz de justificar tamanha hipocrisia
quando nem o observatório é capaz de firmar sua afirmação
se há uma certeza a ser publicada é a certeza total
de que a imprensa do nosso país é uma instituição rica
no mais rico e desclassificado sentido imoral da palavra
de resto, tudo soa como estatísticas irrelevantes
quem é capaz de vestir a toga da justiça contra a tela
se no desmanche da entretela é que se trocam pontos e favores
então, pela plena incapacidade, a rédea é o seguimento
da trilha assustadora que gera uma arte obscura e paralela
numa rede de artistas e intelectuais mesquinhos
com suas metades de si nos tristes risos que lhes restam
ou, quiçá, no podre bordão do alcoviteiro covarde
pelo baseado xaveco: “o que é isso companheiro”
somados aos tantos outros irmanados dos pitos
incapazes de sustentar os seus discursos contra as elites
por estarem, hoje, gravados, fazendo parte delas!
eu queria poder cantar gritando contra os podres poderes
contra essa vida de gado a correr dos aviões sobre as cabeças
da luz teleguiada que segue a nos deixar muito burros demais
sem ter a angustiante sensação de me perder por vãs filosofias
que nem seus próprios autores são capazes de sustentar
pois bem! rumo as ventas dos abutres é que exala a moral
e no resumo desta intragável peça armada, sigo a replicar...
pra saber quem se beneficiou com o extravio das riquezas do pais
seria necessário ter uma imprensa sem vínculos partidários
sem o costume de imprensar com a sua prensa capitalista
o seu sórdido conjunto de informações maquiadas
a mídia que sustenta a desarte é a mesma que arma e desarma a arte!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

estórias contadas



tudo que a história conta é o pouco que
o contador de estória tem para contar...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

intimamente XII



assopro constelações como quem procura aquecer os dias
o pouco que sei sobre o sol semeio o ar para sobrevivência
dentre todas as intimas e longas conversas pelos telhados
numa delas aprendi com os cata-ventos a refazer girações
que o universo é regido pela união de nossos movimentos
nenhuma unanimidade é maior que o argumento palavra
a poesia me torna livre! a ela confidenciei meu ponto fraco
tenho pacto com as minhas canções para resistir às cifras
no degustar da língua trago vida, minha sentença é viver
de tudo que foi ensinado pelos homens restaram as aspas
e hoje quase nada tem serventia, mas, me refaço nadando
muitas vezes as explicações são como lições sem conteúdo
que enche o profundo vazio sem contar um conto de fada
quando menino ouvia conversas que as portas deixavam
de tantas assombrações que nas sombras deixei luz acesa
a maior parte dos medos que me atiraram revesti de teias
e o resto perdeu-se nas minhas desilusões com a historia
talvez seja esse o motivo de gostar bem mais das estórias

domingo, 5 de agosto de 2012

medíocre X



a funda estagnação d’alma do grande bucéfalo “fils de salope”
é o obvio desfecho de putrefação simétrica “tas de merde”
que provem da regurgitação bílis tática de mau gosto matinal
o perfeito ajuntamento das madonas submissas e mister gigolô
também rotulado vulgo boca rota “monsieur henê rená” no ato
um execrável pulha cruzamento de capivara com porco espinho
 marionete da mediocridade fascista diário “bonjour brazile”
aaah minha santa avozinha! é demais dura a rotina do olho cru
a seita quantitativa só abriga no seio o bando magote de cornos
como uma “maudite vache” negando leite aos descalcificados
pra jorrar nos  caras caretas dessa corriola de pela saco da mídia
quiçá a praga televisiva estilizada do descomungado armarinho
seja desintegrada pela união das forças das sovaqueiras de bufas
 cegando o fio do machado “trou de cul” que insiste em afiar
o seu torpe discurso picareta no cartel da comunicação vitalícia

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

vade retro...




pela plena convicção daqueles que sempre sobram no tempo
na contra dança das bocas de fome que endurecem costelas
pelos intermináveis, há tempos árduos das raspas das mesas
no descarado repatriamento das leis em prol das irmandades
podemos firmar, com pá de firmamento do mais vero silêncio,
e afirmar que o inferno é a justa migalha ao alcance dos pés
e, de pronto, que o bafio capital ainda exala o seu ar arrogante
sobre os reles condescendentes sob pena da ordem de mando
do velho e truculento coronel nordestino toninho malvadeza
o baba de quiabo em liga de babosa, o pau ensebado de enxofre
ardilosamente personalizado muito antes de sua vil existência
e, que ainda ecoa das profundezas oposicionista ao “gantoise”
sem saudação de sarava! de qualquer entidade soteropolitana
com seu dito cabresto ajumentada-mente na via dos costumes
mas, como já dizia o caboclo sem latim já latindo, vá de reto!
com ou sem tese joão “u” da burguesia do pontual chá inglês
escritor, sombrinha de itaparica, tipo quanto mais velho pior
o shake que a mídia espirra... viva o curral! brejo pras vacas!
aaah minha avozinha! no abc do mister picareta “m” é “x9”
o misto familiar de generais, oligarcas, filhotes e puxa-sacos
uma equação miserável com rentabilidade em junior e neto
ou qualquer irrelevante estatística da organização “a gleba”