quarta-feira, 11 de maio de 2016

aos golpistas



nestes dias em que conluios sombrios se debruçam no horizonte
a desencadear seus estagnados tumores por canais de intrigas
acordando pares, acochando conchavos, prevaricando poderes,
relatando prejuízos a dissimular dossiês, execrando princípios
atentando contra o estado de direito com seletivos justiceiros
nestes dias em que a discórdia é assunto exclusivo dos abastados
a ritualizar suas sacras ganancias, exaltando deuses próprios
burlando atalhos, pajeando preconceitos, assediando costumes
instigando ódio a apregoar ditas verdades com valores invertidos
retalhando famílias, desconstruindo sonhos, cerrando caminhos
nestes dias em que a mesma mão que relata também condena
é que a triste cidade sem alento faz prolongar o caos programado
pelo fardo de chumbo que pesa aos olhos nessa mórbida paisagem
que ostenta um arco-íris breu invocado sob a omissão das cores
e mesmo que surjam os diversos reles verdes tamborins amarelos
a ensaiar seus passos antissociais, em grifes vontades insaciáveis
guiadas pelo conservador aparato vitalício de informação cortesã
de afiliados politiqueiros, um cabaré midiático de instâncias vazias
que insiste em dizer que carnaval é a maior festa popular do planeta 
como se a sua referência “maior” tivesse tom de qualquer relevância
que não fosse a de se tornar exclusividade dos seus rótulos fuleiros
mas, devo confessar de cima, do alto, dos meus legítimos tamancos
para aqueles que furtam a graça alheia pela inoperância de folclore
que vossa água benta nos tem serventia apenas para lavar sovacos
escorrendo depois como rejeitos em vala feito boi-ação de merdas
e para não servir de lança bosta nas pás dos que ventilam dores
bagos nas pocinhas male-mentos! nossa poética calçada é cantaria
já aos súditos que geram dolosas mentiras por falácias duvidosas
disparo meus pecados com a minha veste de pecador ambulante  
contra seus credos enrustidos, seus vícios de emprenhar a vida real
com antagônicas resenhas escrotas, forjadas por bainhas enrustidos
propagando todo tipo de vil solução para essas ou aquelas questões
na subserviência inepta de dar giro ao circuito “cornos aleatórios”
que não resolvem um só problema, lá se beiram os cinquenta anos...
mas, descaradamente nestes dias, ladram em meio aos escombros
a reativar calabouços, cala-bocas, a regurgitar planos premeditados
e no inóspito abismo, deserdados das suas progenitoras rameiras
ensaiam repetir o mesmo paço do sórdido passado ainda enraizado
a ideia retrógrada untada aos vossos amargos âmagos em erosão
no purgado das vossas úlceras e dos vossos cordões apodrecidos
toda demagogia emana do curral legislativo por teses corruptas
não há protagonista para golpe de mestre, golpista é vagabundo...