segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Varandeiro-Parandor, 319, do Paraíso (Tomo I)


Varandeiro-Parandor, 319, do Paraíso (Tomo I)

Episódio: Sassamuka, quase um samurai,
nas pilhas do garoto Pedrolelé...

Reza a lenda – em um longinquo vilarejo pras bandas dos confins, bem pra lá de onde o vento leva setecentas mil léguas pra chegar, outras quinhentas dúzias de jardas pra fazer a curva e ainda tem que esperar uma pá de dias pela precária condução que vai traze-lo de volta pro mundo; e que se torna mais dificil ainda, se for aos domingos, em virtude do uso ilegal de uma lei assinada sem acordo de partes, por Jonh Casteleta, um truculento renomado político “vanguardista”, copiada nos mesmos termos de um outro distrito da mesma circunscrição – que só abraça e aperta a mão do capeta quem está na lista negra de Sassamuka!
Varandeiro-Parandor, 319, do Paraíso: lugar quente que só a molestia; parada obrigatória para um caldo de cana geladinho, moido na hora de forma original, melhor dizendo, artesanal na base da pedalada... [mas voltando ao assunto] ...uma terra de malemolencias, com belas sacadas e sobrados do tempo do imperador, de uns autenticos requebrados nas cadências dos rebolados que chegam a dar uma leseira tamanha, que os olhos triscam num piscar relusente de câmera lenta! Coisa de cinema! E que só tem a rotina quebrada, quando se faz presente, ele, o assombroso com cara das mil caretas das caras da mula sem cabeça: cavaleiro Sassamuka! Destemido! Fora da lei reconhecido a quilometros de distancia, por causa de algo que se jurava ser cabelos rastafari, mas na verdade não passava de uma liga de cuspe com poeira, caspa e outros elementos que a falta de banho facilita no refino ajunte, contribuindo para a formação de um acervo visual meio radicalizado...
Sassamuka, tranzeunte urbano, trazia em suas largas costas uma folha corrida que corria os quatro cantos de cada jazigo que ele enchia com seus desafetos. Nunca se soube explicar, ao certo, pelas redondezas quantas balas se alojavam no pente giratorio de seu mega-mika7 projetado com a mais alta tecnoferragem de todo tipo de fibra de latux lançada na natureza em forma de lixo, por falta de avanços nos estudos dos imbróglios de reciclamento. Sassamuka era quase um samurai! Ele tinha um árduo treinamento sono-sigiloso eficaz na segurança das calçadas de ruas. Alem de tres golpes “murtal inkombat” aplicados com perfeição de megatrom e bem arrematados com suaves socos di-cunforça. Tudo isso sem contar com o seu famigerado bafo de cana-cafeína, que exalava das suas papilas gustativas sempre que fumava o seu clássico e versátil se-medão gaivota, sem filtro para os pulmões; e uma magnífica e estonteante gravata tipo chave de suvaco, essa, com letal essência corrosiva de narinas [ficando a cena por conta da imaginação de cada um, justamente em virtude da ausência de sobreviventes...].
Contudo, todavia, porém, uma coisa era justo afirmar: Sassamuka tinha um particular, contagiante e inebriado assobio estilo folk-gaita! De uma frequencia límpida, tal qual a sintonia FM do radinho de pilha que Pedrolelé trazia colado ao ouvido, que nem cera de depilação; se puxasse, ele danava a gritar como doido de pedra, por se tratar de presente dado pelo padrinho Chikunfú, mestre faixa roxa de karate das artes do medo. Medo de tudo! Nunca na história de Varandeiro-Parandor, 319, do Paraiso se ouviu falar de alguem mais medroso... só se fosse mesmo bicho preguiça, pelo seu peculiar jeito de ficar dependurado no pau de esconde-esconde.
Já Pedrolelé, esse era um bom garoto! Aluadinho de lua! Sem a menor noção da contagem das horas... nada era longe, tão pouco perto. Tudo era um prato cheio de qualquer coisa para ele fazer. Até o momento de sua consagração que vinha quando ele fazia uma tradução simultânea de uma canção sucesso na parada de sucesso: “O pogéto”, de Bob Charles. O som provinha num límpido português que soava do rádio para a caixola de Pedrolelé, que imediatamente ressoava num “ingrês” para ninguém botar defeito: “nu tô conta o pogéto maiaté curucuteco, ueco nu conteto oto, qui é qui ô pento”! No contra-efeito de uma rara e autêntica precisão! Algo assim de-dá-dó.
Dinheiro, então!? Isso era como associação das bocas de sulapa, não parava na mão, mas também ele tão pouco sabia diferenciá-lo, então dava-se apenas ao laser de gastá-lo, quase e sempre com pilhas! Outra coisa que sabia gastar fácil, eram aquelas horas a fio escutando o que parecia ser conselhos da juventude para vida longa... Enquanto houvesse pilha boa no radinho, não tinha conversa... E a rotina era sempre a mesma, porque ora ou outra surgia uma alma caridosa para renovar a bateria do rádio. O que ninguém sabia – isso também porque era segredo do mundo da baba – é que Pedrolelé tinha uma amiga, apenas coadjuvante na estória; e eles raspavam os muros até alcançarem os buracos dos tijolos para depositar as cargas desativadas, além de se fartarem de grilos e farelos de barro, parte fundamental de um cardápio diário!
Nas horas vagas, por se tratar de coisa rara, podia se ver Sassamuka em curtas conversas com Pedrolelé... algo assim como quem estivesse ensinando o metier do ofício ao jovem aprendiz. Ainda que o mesmo não esboçasse o menor interesse no assunto... Percebia-se, de longe, que o negócio de Pedrolelé era com a música! Podia até chover garapa de mangaba e os quindins de iaiá, que o radinho não saia do ouvido; somente quando ia dormir, para não gastar as pilhas em vão -- de besta ele não tinha nada, principalmente no quesito gasto desnecessário, relacionados aos teores alcalinos, coisa que aprendeu direitinho com as dicas do mestre Chikunfu.
Ouvia-se muito, à boca miúda, pelos cotovelos de centenas de esquinas, o tanto de terra que Sassamuka caminhava! E ponha chão nisso! Era tanto que a planta dos pés tinha uma capa desenhada, em fôrma pessoal, de resistência asfáltica certificada, com assinatura extensa de polegar em entortamento de pregos, vergalhão e outros tantos de achados e perdidos dos seus percalços! Era uma técnica das boas, importada de Sartana dos States. – uma cidade de entrocamento, conhecida pela sua vida rapida, agil famosa pelos dedos leves, terra natal do todo poderoso senhor de todas as malicias ”Totonho Malvadeza” –
Tão apurada que até Zizarro, vulgo sola de bigorna – com fama de matar na “caixa de catarro” [quando se trata de homens, e “estopôbalaio”, no que diz respeito a mulheres] uma bola do tipo dente de leite [já previamente esvaziada e com rachaduras da exposição ao sol devastador] depois de um chute “coronha de bicuda”, violentissimo, de Vilcentino pé de chumbo; além de fraturar em doze partes com seu chute de canhota, vulgo “asa de dragão”, o pé direito de Érgoras, que apenas lhe armou uma inocente solada, e ainda que, mesmo, equipado com um kichute de alta resistência, nada adiantou no que diz respeito ao dilacerado pé; e quanto à inutil tentativa de um recurso de processo por danos imorais, primeiro por falta total de fiscalização do inmetro motivada pela ausência de cadastro do meliante e, segundo, pela lentidão mental e motora do próprio Érgoras; que passou a quicar numa perna só, numa cara de dor da gota serena, que relatava seu estado de choque bem como um profundo desconhecimento sobre a arrumação dos dedos depois do terrivel impacto.
E entre afagos daqui e farpas de lá – é que ele, Zizarro, sentia-se intimidado para um possivel duelo que se cogitava de guela a guela por todos os buracos de boca, com ou sem dentes, de Varandeiro-Parandor, 319, do Paraiso, duelo esse com ninguem menos que Sassamuka, que já aguardava numa calma concentração juntando todas as formas de micro-bactérias possiveis em cada canto de unha, tanto das mãos quanto dos pés.

Certa vez surgiu um buchicho desses que começam em conversa pequena, mas que tomou grandes proporções no Bar e Padaria Galochas – especializado em pinga da boa pela parte do bar, varas e cacetinhos quentinhos, sonhos e bananas reais feitas na hora, pelo lado da padaria, de propriedade do Sr. Migé Angeluz que por incrível que pareça não era patrício, e sim de um autêntico galego espanhol – sobre um rabo preso que Sassamuka tinha com a refinada graxeira que atendia pelo nome de Ranzilda ou pelo apelido de “Nega do borogodó”, rainha do concurso “fiofó de ouro” do famoso Baile “Encoxando as Raparigas”, mas que ninguém podia levar em conta pela fama que a dita cuja tinha, de ter passado pela mão da zaga titular e reserva dos “trogloditas baba da pecuária” um time da quarta divisão, – mas, que contava com o boçal, jumento, quarto zagueiro Zizarro, o “pé de marreta” – que apenas esquentava o lugar até a chegada do “bloco dos apaches”, que marcava duro com ponto, com pontas, por dentro e por fora do carnaval e por todos os outros santos dias também. Mas, enfim, o amor é cego e no caso de Sassamuka era surdo e mudo também.
É que ele tinha os quatro pneus e mais quatro estepes, por medida de segurança, completamente arriados por Ranzilda, o que notoriamente era compreensível, já que naquela época a Nega do borogodó fazia questão de mostrar seus avanços na aquisição de roupa intima importadas de Sartana dos States, usava sempre umas calcinhas de crochet minúsculas do tipo asa delta, cavada e cravada no rêgo, com o poder de abalar a conduta dos seus admiradores, que eram muitos. Vale lembrar de um fato acontecido na penumbra de uma noite caliente em que Sassamuka quase deu um flagrante de poste no que parecia ser um encontro casual em atos libidinosos por via de relaxações entre Ranzilda e o que se jurava parecer Zizarro, mas que nunca se afirmou, por causa da ausência da lua, bem como o fato do casal ter batido em disparada frenética, desenfreada – feito gente que vê coisa de outro mundo – numa carreira tal que dois pontos de fios da calcinha da nega ficaram presos ao arame do poste resultando num visual alucinante, altamente sex-fashion, que anos depois passou a levar o nome de fio-dental. Bem, isso são fatos e fotos, coisas de Varandeiro-Parandor, 319, do Paraíso: lugar quente que só a molestia, terra de Sassamuka, macho que nunca reconheceu a palavra desistência, pois sempre correu atrás até de assombração, assim, como de todo e qualquer tipo de aproximação a Pedrolelé, e ainda que carregasse uma instintiva fama de mau, por outro lado, mostrava-se um tanto ressabiado com a dureza e o não consentimento de Euzineuza: uma perfeita reencarnação de Tia Anastácia; uma mãe negra de todas as sabedorias culinárias. Mas Euzineuza é uma outra estória que não vai faltar oportunidade para contar, juntamente com o desfecho do possivel duelo... Sassamuka x Zizarro...


Episódio: Chikunfú e o dia “D”em que roxo
era apenas o amarelinho do medo...



Uma estória de ficção, toda e qualquer semelhança
com a realidade trata-se de mera coincidência.

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

sentido


"de vez em quando ao invés de
buscar o sentido das coisas,
deveríamos dar sentido a elas."

domingo, 20 de fevereiro de 2011

República Federativa do Barganhão



Barganhão uma terra de,
Oligarcas, filhotes e puxa sacos – tomo I



Episódio: J. Spolleto, o paladino sindical e seu ágil cruzado de esquerda
contra a lábia de direita do oligarca truculento Jonh Casteleta

Das lendas, contos e estórias do doutrinado Kuskuskintê, que datam da bobina do pergaminho perdido pelo tataravô de Mato-azul-do-além bem pra lá do verde, amarelo e branco, ao reino distante, situado justamente na parte onde se acaba o mapa, às margens da grande floresta dominada e grilada por quem tomou de posse desde as entradas, e sem licença nenhuma; pra depois, mais fechado que a mão de Zé avarento, se debruçar para fazer as leis e, que se diga de passagem, sempre rodeado de testemunhas “bajuladores”, espécies oriundas de todos os cantos sinistros da bolsa escrotal. Coisas que se proliferam na velocidade em que se aprisionam os jumentos, até os dias de hoje e que, também, são conhecidos como puxa sacos... Oh raçazinha sanguinolenta da peste ensebada! Só matando na unha!
Pois bem, estamos tratando do reino da República Federativa do Barganhão: terra do olho gordo, do só-serve-se-for-de-marca, produto do ano, cúpula dos oligarcas, ou seja, senhorio, coronel, donos de quase todos os sistemas de comunicação, patronos de televisão, rádio e até de correspondências manuais já inseridas na tarja com código de barra da era rede digitalizada “laser-lesa”. Aquela que lesa o bolso, com ou sem carteira, e ainda causa uma leseira, uma calma de doido, que logo adiante será relatada.
Pois é, voltando ao assunto, olha que tem etiqueta de oligarca para todos os tipos e gostos: oligarca come quieto, de lucro rápido, visse! Rápido que nem sarna de cachorro, e fácil que nem sarnambi no prato de pobre! Ah! Tem, também, oligarca truculento. Esse tipo, ganha tudo na mão grande, mas tem a inconveniência de carregar o fardo da ficha suja! Tem outro, o oligarca dissimulado, que pega de pouquinho em pouquinho, mas quando almeja coisa grande... Humm! Mela-se todo! Aí vira alvo fácil...
E são tantos outros arrimos que até se perde a linha pela falta de dedos leves para contar. Mas, também, pra enfrentar o povo brabo de lá daquelas bandas, tem que ter saúde de ferro e aquilo roxo. É por, isso então, que tem que ser na base do pai-jura-que-tudo-sara. Não é brincadeira, não! Ainda bem que isso não é o tempo todo; só acontece de dois em dois anos, pois chega a época das eleições, pense na loucura! O bicho pega daqui, pega de lá, pega de todo lado, parece um pardieiro, um cabaré dos infernos. Corre num tome-e-me-dê, e é mão no bolso, na bolsa, é dedo na cara: uma esculhambação total...
Mas, nunca é tarde para sermos justos em lembrar e afirmar sobre a incansável luta travada por J. Spolleto: um cabra franzino, peso pena, um esquerdista renomado, encarnado de nascença, remanescente do estratégico grupo de combate da colina do maestro, que era liderado pela dupla de dois Fielastro e Sãotuchê; mas que nunca ganhou nada, e também nunca perdeu; até porque para perder é preciso primeiro ganhar, já dizia o velho sábio provérbio do mestre Kuskuskintê!
E que se diga, também, nunca fugiu da luta, ainda que fossem sempre batalhas de goela, o bicho era osso duro de roer! O único detalhe que se podia cobrar do paladino era a eterna ausência de uma revolução armada, até porque ele era fraquinho no quesito mão no gatilho, o único gatilho que ele tirava de letra era o de botar a boca no trombone sem vara, o que é sempre bom destacar, contra o maldito arrocho salarial imposto à classe trabalhadora por um oligarca-mor conhecido por centenas de outros reinos. Esse sabia como poucos assobiar e chupar o sangue da classe operária.
Cabe, também, lembrar de um famoso e notório debate travado entre J. Spolleto e o oligarca truculento Jonh Casteleta, que carregava a fama de comer criancinhas: um verdadeiro jumento sentado que usava de sua ardilosa retórica - meu nome é trabalho; eu faço ruas, faço adjacências e o capeta a quatro... Jargão de uso muito comum entre as oligarquias predominantes e que por ironia maior do destino, os ditos cujos não se refletiam diante do espelho. Sobrou para as herdeiras do trono a famosa lenda: “espelho, espelho meu” e piririm, piririm, piririm, pororó, pororó, pororó.
Discurso que era rebatido pelo clássico soado de goela do heróico companheiro das lutas de classe, J. Spolleto, que de, rompante, trazia à tona o episodio brutal sobre a ordem de mando do oligarca, executado pela milícia à base de fanta, que não era nem de uva ou laranja, e, sim, de paulada e bogs-de-com-força na futura classe trabalhadora, que ainda estava no ensino médio. Coisa que o truculento oligarca fazia questão de minimizar dizendo que J. Spolleto estava muito exaltado e que ele não lhe estava reconhecendo. Coisas que acontecem com muita freqüência nos reinos conduzidos por oligarcas e seus fiéis, bainhas e pela-sacos, “profissional diplomado”, como costumam encher a boca para dizer muitas vezes, sem dentes.
Bem, no mais, é um povo descansado por demais, lesado por uma leseira tamanha, lembra! E olha que há milhas de léguas dá até para se escutar o ranger das escápulas no balançar das redes! E o chiado aumenta mais entre 12 e 14 horas... Também, é uma fartura de dar gosto principalmente aos afiliados da seita quantitativa: “te dou (x+2) tu me devolve (1+x)”; equação que sempre dá certo, pois o fechamento da contabilidade fica por conta de outros agregados do sistema feudal... e pro resto dos que ficam de fora: “musiquinha neles Barganhão”!




Uma estória de ficção, toda e qualquer semelhança
com a realidade trata-se de mera coincidência.




quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

são seus os meus


tudo o amor espera de mim,
nada espero do amor,
apenas partilho
são seus os meus...

te cantando pra você


é só você pensar e nada vai morrer
bastando acreditar em tudo acontecer
e quando acordar verá que não sonhou
num toque vai sentir que eu estou aqui
sempre a te olhar sem nada a dizer
eu vou te encantar cantando pra você
lembranças vão ficar quem sabe acender
a chama que apagou dentro de você
semente bem plantada demora pra nascer
mas quando ela surgir vai lhe dizer
foi bom foi bom te conhecer
foi bom foi bom encontrar você

sábado, 12 de fevereiro de 2011

pela ficção


"toda verdade cabe na ficção,
mas não cabe
inventar verdade"

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ora ação


tudo é movimento
um fazer um desfazer
em mim, em ti, por nós
a cada instante contemplação
me cansa a forma como descansa
a espera do que vai acontecer
como herdeiro da giração
sigo a dobrar o tempo
ora daqui ora dali

sem sentido


eu ando eu corro eu paro
eu falo eu grito me calo
me deito sento depois levanto
eu abro os braços faço de tudo
eu não disfarço
eu fumo e bebo demais
eu durmo e acordo depressa
eu escrevo vários poemas ai eu choro
enxugo os olhos faço de tudo
eu não disfarço
eu pego o telefone e ligo pra você
ninguém responde
eu abro a gaveta será que vai chove
não há sentido
nada mais

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

cárcere


"quem encarcera asas,
não tem como falar
de liberdade"

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

amigos


os verdadeiros amigos
são como sólidos caminhos
que não correm riscos dos passarinhos
os amigos que tenho
são os que querem ser meus amigos
esses são meus amigos

domingo, 6 de fevereiro de 2011

evolução


"antigamente eu era
um jumento metódico,
hoje eu sou
um corcel alienado"

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

carta à sir dinamite


ainda que eu quisesse acreditar que todos os meus anseios por mudança trouxessem ventos de sorte ao sagrado santuário da colina cruzmaltina, pela chegada do grande cavalheiro da mais alta ordem dos tecnocraques da bola, dono de lances geniais, refinado artilheiro de inconfundíveis marcas históricas, o grande protagonista de uma das obras mais raras - “golaço, gol de placa” - vistas a olho nu por milhares de adoradores do futebol arte, no suntuoso templo do futebol “maracanã”. sir dinamite generoso por descendência um verdadeiro gentleman, que anunciou sua heróica chegada, assim como quem chega montado em um magnífico alazão branco, incumbido de desbancar o todo poderoso, autoritário grão-vizir dom miranda, que trazia por anos e anos a braço de ferro o elegante elenco, um verdadeiro staff tetra campeão nacional, de uma arsenal trajetória de glorias mil por terra, céu e mar. mas que por condutas truculentas acabou criando a antipatia – ainda que não se justifique os termos, por se tratar de “concessão pública” de uma das maiores redes de comunicação que, de maneira também arrogante e no uso de prerrogativas extra campo, minou todas as bases do severo grão-vizir, bem como a fortaleza da colina cruzmaltina. nunca na história de nenhum reinado se ouviu falar de tragédia sem vitimas, de perseguição indiscriminada, fascista, pelo uso de uma “liberdade” de imprensa, mas não foi para dar créditos a concessões vitalícias que se faz presente esse apelo em forma de narrativa, e sim para solicitar ao grande e majestoso sir dinamite que reveja seus passos, pois três anos são muitos dias de sofrimento sob pena de rebaixamento, de ficar de fora do quadrangular estadual, de uma dolorosa larga ausência de títulos, entre outros... rogo-lhe meu ídolo de outrora para que esses tempos difíceis não tragam de volta o autoritarismo de dom miranda, e reforço nesse profundo lamento, como alguém que muito lhe estima, mas que por outro lado mantém uma paixão incondicional pelo gigante da colina; para que todo e qualquer esforço de sua parte seja pouco diante do nosso glorioso “vasco da gama” detentor de uma das mais brilhantes histórias do futebol mundial, pioneiro na quebra da discriminação racial desportiva e que, por imposição adversária, teve que erguer uma barreira, um santuário abençoado por são januário, um dos mais belos e tradicionais estádios do mundo.


ass.poetaluislima@blogspot.com/luislima.com.br

paço ao passo


"você esta a um paço do lumiar,
lumiar esta a um passo
de se acabar"

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

bandidos


"há duas maneiras
de se avistar os bandidos
de dentro e de fora da lei"

celebridade e quadrilha


estado inerte sem competência
nomeia o crime de organizado
sistema burgo decadente
politiqueiro aliciado
a imprensa manipulada
maquiada muquirana
caçadores de recompensas
usurpadores da lei
bandoleiros de judas
a mídia traz celebridade
policia bandido, bandido policia
com raras exceções o resto é quadrilha
a qualquer momento uma dura
encosta o carro mão no capo documento
tu ta em cana tu ta ferrado
se não tem o qualquer ta autuado
a qualquer hora um esculacho
isso é um assalto passa a carteira
a bolsa o relógio cidadão desinformado
olha pro chão porra tu ta roubado
se vacilar é um abraço