segunda-feira, 30 de abril de 2012

delírio



a única certeza que a poesia me dá
é a dos meus intensos delírios
no descomedido prazer das incertezas

domingo, 29 de abril de 2012

desimaginar ação

falta de imaginação
é o mesmo que desimaginar ação
delimitar o pensamento
estagnar a criação
algo mais ou menos assim como...
ausência de asas

sexta-feira, 27 de abril de 2012

paterno

sou um defensor da liberdade das asas
o relógio me serve apenas de passatempo
os meus anseios tem as cores do imaginário
tenho pacto com as ciências dos pés fora do chão
toda forma de prazer esboça em mim um largo sorriso
o franzir da minha expressão é calma, aprendizado
mas devo confessar... costumo sacar o coração
toda vez que declaro aberta revolução em mim
nas minhas preocupações com meu guilherme

quarta-feira, 25 de abril de 2012

todas as palavras

que me sejam dadas todas as palavras
com elas quero viver tórridas estórias de amor
na cumplicidade em loucura
que me sejam dadas todas as palavras
com elas posso traduzir em versejo o abstrato
pela duração das poesias
que me sejam dadas todas as palavras
com elas acordarei todos as manhãs do inicio
para qualquer fim que não se faça necessário alcançar
devo dizer que todas as palavras me encontram
na mesma velocidade em que me desmontam
então, que me sejam dadas todas as palavras
pois na maioria das vezes me sinto mais poesia
do que poeta propriamente declamado
minha poesia não cabe no se, no fosse
porque simplesmente somos

segunda-feira, 23 de abril de 2012

no desarrumamento

achei um cantinho do mais desdobrado em mim
de velhas novidades nos desarrumados sem rimas
da organização de meu filho e meu pai guilherme
naquele momento fiz de todo meu pra não dormir
seu recanto um tanto amassado pelas dobraduras
foi... uns instantes de tanta inspiração para poesia
que até esqueci de deixar crescer os dentes de leite
e passei a tomar café de hora sem horas na girada
onde o ponteiro passava relando trisca da pestana
e a cada minuto queimava a língua pra todo gosto
num frio daquilo que nem muito expressava mais
então me veio a meio rompante profundo sem dizer
que nem tanto se fez, nesse cidade dos zela mentos
contudo derramou um franco saudoso selo abraço
refeito pelo expresso da ultima visita tão próxima

vasco da gama

a vida é arte
feliz de quem sabe viver
no mar caravela
no céu a colina
no santuário paz
são januário chama
luz na ribalta
que o palco é de grama
hoje eu sou feliz
a bola vai rolar
meu time joga
sou vasco da gama

terça-feira, 10 de abril de 2012

barro de barros


resolvi passar a saber o aprendizado do barro
então danei ajuntar um pouco dos muitos rir
que os lisos de barros sempre me faziam fazer
deixei o bigode triscar na boca para cochichar
mas só de rimadinho como quem nunca quer
refiz chuveiro de chuva pelas linhas de nuvens
ai é que eu comecei a nadar com as desrimadas
a deslizar lama chamando quem nada bem ouve
e nem me adianta dizer com que tampa se fecha
o destampado dia que eu vou me azular de lua
e lá pelas tantas da noite talvez claro me alembre
de qualquer coisa que a muito tenha esquecido
pra bem pouco me entranhar tanto de seu manocéu

sexta-feira, 6 de abril de 2012

paciência

é necessário uma pá de ciência
para aprender a tão ciência da pá
a vida brota no desconcerto concreto
semeando ar arte arteando a esperança
calmamente a alma calma acalma mente
giração exercício para compreender o mundo...

quinta-feira, 5 de abril de 2012

medíocre VII

a torta inveja não é apenas um dos pecados das capitais
há tempos que ela se alastra como muda pelos interiores
no mundo das profundezas de mediocridade abundante
ora puxa um baú daqui ora poxa num “plim plim” de lá
a engordar junto ao tempo das velhas vacarias vitalícias
feito cantiga de jó no eterno vício de escravizar o zambelê
coisa igual ao que faz hoje a só nefasta rede do armarinho
que consegue encher o saco, as burras sem perder de vista
seus abarrotados arroubos do ensebado fundo da caneca
a soar ares de arrogância típicos dos machos fantasiados
das baixas guardas, furtadores das idéias pré concebidas
como tantas outras de outros tantos picaretas copiadores
das novelas com final marcado “o bom filho a casa volta”

terça-feira, 3 de abril de 2012

altos por autos

sou como reticências um andarilho errante
um caminhador um catador de horizontes
um ser de todos os altos, aprendiz do refazer
trilhei os andes, louco, devaneei o himalaia
criador do meu desassossego, contador da giração
um ser de todos os autos, um sonhador à deriva
sou filho da compaixão, herdeiro da compadecida
o mundo todo é minha casa, minha sentença é viver
meu ofício é o recreio de arrumar palavras 
um tanto de tudo me atrai, o de nada também
me atrai o desajeitado beijo da despedida
e muito mais o descompassado na chegada
me atrai o abraço amassado, a cumplicidade
o redescobrimento dos pés pela renovação
em contra partida à roda, rodas a rodar
prefiro as cirandas então canto roda viva!
roda gigante! roda moinho! roda pião!
mas, de contra partido à roda, rodas a rodar
e ainda que morras em inércia ou paralisia
de vieses, às escorias, por pistas fascistas
não apraz, nada trás tão pouco me atrai,
são atos móveis que não comovem

segunda-feira, 2 de abril de 2012

osmose

não se pode cuspir em mãe
quando sê-la esta no sangue
na mamata do leite derramado
ou no envenenamento por osmose
corja é o que melhor lhes representam
bando de afiliados democratas financeiros
nefastos serão os seus dias filhos da corruptela
pela fútil blasfêmia em avaros constrangimentos