segunda-feira, 29 de julho de 2013

universos




pensar apenas nos nossos problemas
limita o exercício de unir versos...

quarta-feira, 24 de julho de 2013

desassossego


hoje a minha sensação é  de solidão cronológica
sofro sozinho num estar só entre parênteses
consciente de que como eu muitos outros
carregam o fardo dessa majoritária angustia imposta
em fragmentos calculados  para o cotidiano banal
sinto-me pequeno na redução de um passado a zeros
e, ao mesmo tempo de ser e estar convicto
desses meus mais desesperados anseios
sinto os meus pés perdidos do afinco chão
na insegura certeza de não haver mudança nesse jogo
de cartas que sempre estão viciosamente marcadas
brotam na sombra das mangueiras aos bandos de ases
numa corrente arrastada por não suportar o peso
e diante do espelho mofado se refletem em inercia,
em falência,  ausência momentânea de sentido
hoje sofro porque nem a minha própria arrogância
consegue se livrar desse pobre sentimento
de humildade, rechaçado dos direitos de nada
prostro-me ainda que num só joelho ao chão
mas, não por reverência e sim por uma inclinação vil
incapaz de ser capaz de qualquer explicação plausível
desse meu rir ou chorar do nada ao inoperante tudo
ainda que meu nadar não seja o tão somente vazio
para esse todo que se diz semente para todos
para esse soar descarado abraço de fácil conspiração
hoje as minhas perspectivas subtraem amizades
a cada amigo que perco ainda mesmo que de vista
nessas tristes distancias que pouco sei mensurar
diante dessa minha cegueira momentânea
desse meu lapso de fala sem adereços de memoria
sinto-me como selo usado desnudo do meu nu
pela vestimenta de um carimbado discurso de maioria
na prepotência de uma comunicação quartelada
e por mais que os patronos aos poucos sejam desmascarados
nenhum esboço é traçado para o retrato de reconhecimento
seja por causas-dolos nos usos das redes de tramoias
ou pelo holocausto da apropriação indevida de almas...
hoje me sinto oco diante dessa loucura pejorativa
falta-me qualquer recursos para a tal insana dignidade
dos que ousam bradar suas cínicas reputações ilibadas
sinto-me esquartejado a essa indumentária de cordeiro
que de deus espero tão somente ser filho
e não blasfemar com meu desassossego em quem amo... 

domingo, 14 de julho de 2013

à vista de um ponto


hoje, muito mais do que ontem é necessário compreender a diferença entre a história e a estória, aprender que não há verdade plena e ter discernimento que a soma esdruxula do poder é engrossada pela potencia dos microfones e auto-falantes. só assim será possível perceber e afirmar que durante mais de cinquenta anos de governos colarinhos chiques, ora ditadores sem qualquer dito, ora democráticos com demo herdeiros dúbios, nunca ousaram conjugar o verbo “distribuição de renda”, pelo contrário, o que fizeram foi imperar a terrível confusão existencial entre golpe e revolução, e conjuntamente a criminosa comunicação maquiada com seu mal costume de transformar comunista em monstro devorador de criancinhas, aprisionaram numa covarde corrente de imposições, atribuídas aos prenomes de regras e leis... a maior parte do povo brasileiro.
nunca na história de qualquer outro país se viu ou ouviu falar de coisa pior, igual ou parecida até pode ser, mas, pior é difícil... até porque politicagem mesquinha é coisa nossa.
tudo aquilo que os fazedores dessa triste história mesquinha insistem em ocultar, outros sábios contadores de estórias irão contar... e como diz um grande poeta a quem eu me inclino reverentemente “bananas para os macacos que mataram lampião”

- uso-grátis-de-barganha inteira a dez graças...

o ministerioso carca-na-hora as rapinas dolorosa adverte... até pouco tempo atrás passe livre para essa mídia com media medíocre, era apenas um jogador apto para venda... a tela que vive, fala e manda, segue criticando a construção dos novos estádios, mas, interessantemente é quem mais vai tirar proveito dos mesmos...

é de suma importância que antes de jogar palavras ao vento, se pergunte a ele quem enriqueceu durante esses anos todos de apropriação ilegal da mata atlântica, quem é que se beneficia com a impunidade no poder, quem responde pelo crime de uma comunicação associada a coronéis da politica oeste-nordestina, a quem interessa essa crescente violência desordenada onde a tal injusta justiça de mãos dadas com o que se pode chamar de dissociação débil-mento-social-organizada, apenas ver e rever os direitos humanos para quem mata... nunca para quem perde ou morre!... não interessa saber quem faz uso de tantas drogas oferecidas no financiamento das dependências, é sempre bom lembrar que a doença é dependente e precisa de ajuda. há de se investigar quem esta por traz do fomento dessa imposição dolosa e cretina...

a extensões lucrativas das favelas se espalham por sacadas e mais sacadas dessas orlas corruptas...

droga, violência e prostituição ramos de atividades lucrativas com isenção de qualquer tipo de imposto, a grande sacada de quem detém o poder para poder lesar tantos, e com o condicional apoio de quem sela a fala com uma alinhada formula de jornalismo padronizado.

pela minha santa ignorância... o que é mensalão? “bem amigos” no meu tempo de criança eu tinha isso como algo assim feito uma mesada grande... e devo de pronto me desmentir, dizendo ser coisa que nunca tive. por outro lado sei o que é uma grande mesa, lembro-me até de ter visto grandes artistas aos quais hoje chego a confundi-los a “arteiros” justamente pela vergonhosa associação a grupos de “podres poderes”, e consequentemente ficam sem poder fazer jus aos seus velhos discursos... sobre a falta de infraestrutura de transportes, escolas, sistema de saúde entre outras tantas demandas para uma sociedade melhor, cabe lembrar que governos passados ajudaram a afundar o país nesse atoleiro de fundo previsível... e tudo parece passar despercebido em função da comunicação partidária. cabe também lembrar a certos “jornalistas” medíocres que a mesma tinta usada na face dos caras pintadas serviu para antes anunciar em rede nacional aquele que seria o caçador de marajás.

aaah minha avozinha! ironia maior... em virtude das exageradas prepotências de ambas as partes, o mesmo foi caçado e extirpado com o solitário titulo o marajá do impeachment. um abraço forçado, forjado e traçado em tramas secretas pela algoz rede do armarinho a “comunicação-dossiê” aquela que por ironia do conto se tirar a comunicação o resto é o que ela jaz a fazer...

devo confessar que gerar novas palavras é exercício abstrato da liberdade poética. então vamos tratar o dito cujo “mensalão” como compra de parlamentares, o que se pode constatar, tratar-se de prática antiga, coisa do tempo em que lavar as mãos determinava morte para um coitado qualquer...
- mas, há quem diga que como agora, nunca se viu pratica tão exacerbada.
- coisa de quem quer determinar razão e proporção para bandalheira...

ora, ora, ora se hoje se compra bem mais de um lado, é justamente porque outrora se encheu por demais o outro... o que se pode chamar de uma formula físico-quimicamente-ingrata sem precedentes e que sempre foi acobertada nos anais dos anos perdidos de interesse próprio dessa mídia comunicativa muquirana...

faço por essas poucas linhas o meu reconhecimento a todos os feitos de distribuição popular que seguem acontecendo dia após dia consequentemente por todos os cantos antes excluídos, nunca na estória desse país se viu outros governos semelhantes. e faço tal reverencia sem citar nomes por achar que não cabe n’arte tal serventia... questionamento de cabeças dentre outras, é assunto para imprensa, IMPRENSA maiúscula com jornalismo serio.

na ação de uniformizar a informação se impõe desinformação a nação.

devo por fim confessar que a tão almejada educação que é direito de todo cidadão e dever dos gestores, que por tantas vezes já foi proclamada é de total importância, o único detalhe vital, e que nesse exato instante ela não mata a fome que mata.

chamar o programa bolsa família de esmola só cabe aos que se emolduram na câimbra da ignorância.



quinta-feira, 4 de julho de 2013

intimamente X


desfaço-me da ânsia transpirando orvalho
por esses ávidos poros de tecer poesias
selo meu desejo no aconchego abraço da saudade
sinto soar o arrebato entorpecido do silêncio
no desapercebido pouso dos pássaros de asas livres
sou parceiro da brasa dos beijos de fogo
um intimo dragão do mundo
aprendi atinar luz às chamas com versos de fênix
a chamar pela boca do coração o que não costuma escutar
sei voar à galope com meu branco alazão imaginário
embolar nos bordados desarrimados de sinhazinha
feito um recordar retratos recortados no tempo
sou a giração da mente nas veredas de todas as letras
pela minha constelação de infinitas cores
refeitas em tinta nos cílios dos olhares perdidos
sou audaz sonhador do desacreditado reino carochinha
trago na dobra da língua os sais das palavras
que germinam arte em minhas digitais
tenho passe para as mais intensas existências
a minha sentença é viver!
sigo na singularidade do verbo vida