terça-feira, 30 de outubro de 2012

regra obscura



regra é como uma porca de parafuso cego
tal qual bula de remédio
indicado pela burlada letra do medico
ou quem sabe lá!!!
talvez a regra seja como bucha incendiária de balão
dessa conjunta emboscada feita cotidianamente
pelo efeito estopim midiático vazio
devo confessar pelo quinto do inferno
que a regra só é clara para os serventes militares
e os tementes sacerdócios...
esses sim! conhecem bem os “de sabores”
que vão da sumária redução a verme
ao pó da incinerante inquisição
quem diz que a regra é clara,
deve ser um “desclarado” qualquer
quase e sempre a regra serve de serva-ardilosa
para a mente que  mente claramente obscura
seja na imposta rotina do seu cumprimento
seja na prensa dura da imprensa desqualificada
ou pela vil interpretação arnaldo-chula
de todo tipo de bajulador barato
mas, devo novamente confessar...
contra esse nefasto aparato fascista
el diablo me veste de poesia
descanso n’arte cumplice da loucura

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

intimamente VI



 sigo desalinhado no contra ponto dos que seguem enganando
tristeza maior é concluir que o bom bandido não faz só o mal
e que além de ser hábil no uso das antenas esta no meio de nós
a capacidade voraz contrária é bem maior que qualquer defesa
não me agrada nenhum dos lados do escudo, desfaço escuridão
prefiro o que se mostra às claras, se for para lutar! então, luto
e se for para chorar luto, com todo lirismo, que não seja o nosso
pelo tempo aprendi a contar estrelas, espero a primeira acender
me espalho em centenas ao céu e depois finjo apagar a última...
desde menino afloro devaneios, tenho filamentos das válvulas
gosto de fazer pilhas, de carregar baterias, de liberdade poética
sei recarregar o brilho dos olhos pelas intimidades com o farol
mas confesso: não sei render a noite sem me distrair em sonhos
às vezes, chego a sentir que o exercício de dar asas para solidão
é quase como tocar a dor na dura total incerteza da explicação
um imaginar pelo fundo das janelas desguardadas de imagem
talvez, por ser aprendiz de tocador, desses que pouco se escuta
passo na margem a sorrir desprovido dos méritos dos homens

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

sobre o sonho



todo dia é dia de sonhar
sonhar é dar asas as palavras
no rasgo inconsciente das poesias
é descobrir se descobrindo a cada instante
no eterno exercício de ser aprendiz
de ser o despretensioso pescador da luz
mas se por algum motivo ou vontade alheia
redemoinhos soprarem momentos de susto
no mesmo susto, feche os olhos e assopre na imaginação
“voila”! o passe de mágica é o mágico passo ao sonho…

terça-feira, 9 de outubro de 2012

sabedoria



 para melhor se debruçar sobre a curta tradição ocidental
é necessário uma longa caminhada para saber se orientar

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

pela esquerda



durante muito tempo tentaram  nos convencer
através do disfarce “sinestesia imposta”
de que pela direita estariam as boas historias
que os amores por ali não teriam fim
pelas facilidades de um mundo programado
refletidas no mais belo caleidoscópio
de cor unânime, sem sombra de dúvida
para o total saciar do próprio umbigo...
e como se não bastasse tal cabimento
todo o soldo devedor arrecadado
pelo fomento da miséria nos quintais de mães-áfricas
seria associado a uma mesquinhez anônima
de futuro devidamente perdoado
através do prepotente poder da religião
de enferrujada fé num quinhão de céu funesto
ainda bem que meu coração bomba torta
descrente dos credos e dos centros
me reconduziu à esquerda...
para ferreiro de engomar
prefiro ação gula de matar a fome