segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

nada em tudo

podem me ensinar muito de quase nada,
pois na verdade pouco sei de quase tudo

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

na teia

o feixe de mãos sela a cruz
tudo se benze, o quanto pode
o mal da ferida é o pus
ainda que não incomode
como calos mortos nos pés
como verrugas reincidentes
mente quem nega prazer
se perde em vida dormente
a arte é a fagulha que ateia
também o gatilho que retrocede
o poder emana de quem cospe fogo
o resto é pavio queimado, só pede
paciência irmão pelas reverencias trocadas
paciência irmão com as aparências vazias
que a ciência do velho João essa gente não conhece
paciência irmão pelas penitencias veladas
paciência irmão com as senhoras leis vadias
que a teia prende na liga mas a gente desliga a teia

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

pus careta

o boi da cara preta não tem medo de piranha
ele só não vai ao rio, porque o carnaval
é da rede π-careta do armarinho

sábado, 18 de fevereiro de 2012

exploradores

talvez seja possível enganar a muitos com imagens editadas,
mostrando que um jogo de mão seria capaz de trazer dignidade
aos que sofreram e ainda sofrem os maus tratos do mundo capital
talvez seja muito fácil chamar de guerrilheiros em tom de bom grado
os que lutam contra esse tipo de terror capitalizado por conveniência
pelas entrelinhas baratas sempre na sombra de algum lucro pessoal
talvez seja praxe ignorar os revolucionários socialistas cubanos
que ainda sofrem embargo mundial por serem contra os desmandos
dos que se acostumaram a lesar a mente ao talho da foice no canavial
talvez seja licito o eterno poder de subjugar e desapropriar a alma
para aqueles tem o direito de exterminar em nome da guerra
num crime velado às claras contra a livre expressão universal
talvez seja melancólica a tentativa da imprensa furtadora de sonhos
em projetar ídolos muitas vezes manipulados por marcas e rótulos
na triste e infame defesa de algo que não faz parte da sua roda social
talvez seja necessário o órgão de brado reto em defesa da criança,
 que de forma irônica estampa seu brasão de logradouro burguês
como propaganda no uniforme de uma lucrativa equipe tradicional
venha enfim explicar o destino das cifras milionárias arrecadadas
e de contra partida por piedade consanguínea de rede armada
ajude a sua parceira especialista em grilagem de mata atlântica
juntamente com o seu circo picareta regido ao som dos alto-falantes
e pelo seu emaranhado de antenas vitalícias, de ondas repugnantes
a se desenrolar das tramas ilegais dos fúteis abatimentos de impostos
sempre lembrando que a miséria infanto-juvenil não será amenizada
pelo infeliz toque de recolhimento do histérico grito de “ilare, ilariê”
e com toda certeza, seguirá avançando de rumo pelo mundo a fora
através do torpe enriquecimento ilícito em nome do sofrimento alheio

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

dono da terra

não confunda os donos de terras,
com o dono da terra

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

medíocre V

muitas vezes os cavalos perdem seu belo ar de alazão
mergulhando nos cabrestos das bandeiras de entrada
e passam a relinchar no pasto das abobrinhas caretas
a condição de refém itinerante da total desinformação
é uma imposição diária do árduo bando mídia bandida
a ignorância é o pleno poder preponderante de ignorar
educação passa longe dos pré jumentos insignificantes
e seus descontrolados pesos neto de qualidade vencida
o esporte ignorante muitas vezes emoldurado no vídeo
disfarça seu arrogante discurso de conteúdo medíocre
na indumentária humildade dos lambedores das bolas
o mal vitalício mata lentamente em sua letal castração


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

de rimétrica


hoje eu resolvi fazer um poema
milimétricamente na rima
mas pela ausência do imã
decidi rimar com a trena

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

prisão

desfaço as encaixadas caixas encaixotadas nos quartos
estou farto dessas cartas escritas por marcas manjadas
para todos os quadrados hipotéticos do “x” mágico
igual à soma das bolas elevadas a borracha do catete
pelos consertos nulos da dita dura jovialidade infeliz
deixo sem rodeio de estatísticas ou teorias matemáticas
das velhas guardas por grades dos velhos jogos de bala
meu singelo enferrujado triângulo para a construção
de todo e qualquer movimento cultural sem rédeas
desgovernado de coronéis, de rede $om livre vitalícia
o grito solitário que ecoa na liberdade do som não é sozinho...