quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

intimamente VIII


 acordo na língua das asas!
pela infesta ação das criaturas noturnas
mariposas no teto, besouros no chão,
e todo foco de luz esquenta  nossa contra dança...
chego até a desimaginar!
se elas buscam segurança à minha cercania...
aí volto para a imaginação...!
não, foi eu que me inseri no ar do seu habitar...
e já nem sei bem em que ponto desses delírios
eu possa estar ao certo...
mas, devo confessar ao certo, que o errar é instintivo,
senão como justificar o exercício aprender...!
sou aliado a terna teoria dos abraços
todas as formas de união constroem mais
sacio a vontade da voz com o violão,
me encanta a afinação de violinos
tenho raiz de pé na terra,
minha mão de barro é a vital poeira do tino
muitas vezes escrever por encomenda,
traz a ingrata sensação de prender as palavras
por gostar pouco das cartas, me negaram a de motorista
então aprendi o licenciamento alado de olhos abertos
há sempre um verdejante louva-a-deus aninhado de pecado
deve-se saber distinguir o interesse único
da nesse-cidade coletiva...
para uns é melhor um pássaro na mão,
eu prefiro todos voando...
hoje, mais que nunca a sobriedade me faz acreditar
que a esperança é o acolhedor das revoluções
sinto a cada instante a seda mutação vida,
aflorar as minhas reticencias...

domingo, 27 de janeiro de 2013

quinto



estendo meu braço e busco alcançar
qualquer acorde injustificável
que faça calar a voz
como um solo de profundo silencio...
que faça acordar o ar
num infinito grito de blues...
onde andara você agora meu amigo?
que estrada conduz seu som?
onde navega seu luzeiro de cifras?
meu velho e tão amigo quinto beatles
por um instante a vida rui
para que o sol sempre brilhe
em seu nome...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

flor de máscara




jogue essa flor no chão
a quem pensa enganar
com essa alegria forjada
joga essa flor no chão
tarde demais...
o que resta é o vazio dos gritos
arrancados de tantos silêncios
jogue essa flor no chão
pois não há mais ninguém
pra dar vida a esse mundo mesquinho
joga essa flor no chão
tarde demais...
o que sobra é o abraço de força
por detrás da camisa
jaz sem mão a despetalar
triste algoz flor de máscara
arrastada pela sombra do só
ao balanço da cadeira de pau
na iminência dos redemoinhos
onde a tormenta dos pesadelos
nem mesmo a tristeza preenche
jogue essa flor no chão
porque o fim de um torpe poder
é a pobre poeira da história
joga essa flor no chão
tarde demais...
não há poesia em trapaça
e a rima do livro tão pouco a palavra retrata

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

in verso da barganha



oh! raça-zinha sanguinolenta da peste ensebada!
tudinho babas de quiabos
do rebocado de “gumex” no franjado da testa...
um verdadeiro varejão de cornos amontoados!
nem crucifixo quer um peso deste!
dá-se um centenário e não se vê cemitério
pra enterrar os chifres, tão pouco o cágado...
só matando na unha!
já tratando do tratado “é-nois-na-ilha”,
uma politicagem mesquinha,
armada para dividir até as trilhas dos oceanos
seja pelos acobertados ou pelas descobertas
numa tal de caras velhas pra lá, caras velhas pra cá
e o que desse errado ficava por culpa dos fortuitos
ventos uivantes nas ventas,
do que poderia vir um dia a ser “os-cara-novas”
pintados com as tintas “plim-plim” do armarinho...
só resta boiar de costa nessa maré de merda...
e olha esta vela, oh tostado! que este mar,
ainda não é a porra da aquarela de terra nenhuma...
e como o tempo passa, o ferro pesa, e nada avoa,
é por isso mesmo que tudo se repete
pelas atuais redes de continua-idades reincidentes
na verdadeira bancarrota vitalícia do cabaré miséria cult.
tudo num bando de burocrata,
interligados pela “fmi” (formação muquirana de imprensa),
pois se tem uma coisa que a mídia com média de pobre gosta
é de tá na onda, e pode esquecer a pororoca...
aaah minha avozinha! se parafina fosse grossa
que nem tromba de elefante,
ninguém passava sossegado nas rodilhas dos caracóis...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

mediocrezinho



a mediocridade copiada é a herança dos boçais
onde toda vantagem é medida na unha
enquanto a alma descansa em forma de tédio
se conhece um animal pelo pedigree
já um beócio pelo grau de insanidade dinâmica
nessas minhas jornadas de aprendiz do universo
tive o prazer de conhecer o sonhador por mãos de barros
de conhecer o “rodador” por chagas poéticas
o guardador em cada pessoa nos infinitos plurais
até conheci uma par de dadores de ideias
mas, devo confessar de cima dos meus legítimos tamancos
que dá fé eu nunca vi, tão pouco ouvi falar
sobre tal existencialismo de doação
já vi quem vendesse  por descaramento
como produto de radio difusão, de telemarketing...
em tempos de vaidades religiosas
ninguém dá fé nem o mais “jurador” ainda que festeiro
em tempos de libertinagens em suntuosos templos
o que mias se tem é roubador de sonhos
furtador de arte alheia...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

aos sorrateiros II


contam pela historia que pedro negou cristo três vezes
para depois construir na pedra sua casa
dê uma pedra a pedro qualquer!?
se o seu telhado for de vidro...
contam também pelos garbosos dos cotovelos
que pedro tem o som do poder chave das chuvas
dê um microfone a pedro qualquer!?
se o seu ouvido for de penico...
deixemos tudo em seu “desclarado” lugar
então, à cesar o que é de cesar
enquanto aos pedros, todavia bosta nada
um dia o pedro qualquer cobriu a queda de um grande muro
e comemorou com seu mundo uma tal liberdade
mesmo sem saber se o lado era realmente o esperado
tudo em nome do anglo-saxônico capital
que encheu sua lábia de copiar escritas alheias
anos depois pedro qualquer comprou um belo terreno
e, como de praxe, se fechou entre muros
iguais aos que ele se esqueceu de cobrir contra a imigração
consolidado bem debaixo de suas fuças
e, sem o menor pudor conspirou-se de argamassa
encharcado em jornalismo barato
junto a outros tantos, vestindo a camisa da unanimidade
para se esconder por detrás das fechaduras
se é pra ser o belo pedro qualquer
bola gato dos bordeis da rede do armarinho
prefiro a baba comunista do velho companheiro
de todos os cantos meu amigo pedrolelé

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

declaração



declaramos para os fins
das redes de rendas pesqueiras
dessas incandescentes paisagens
exaltadas nas exuberantes
linhas matrimoniais de raposa
no rejunte da nuance luz do farol
que rompe os dias em dias
anunciados pela cantata dos pássaros
numa renovação incansável
de todos os tons de verdes
da real imaginação camaleônica
revista das janelas do nosso lar
junto ao carrossel de azul amarelo
de nossa casa sol
que por tantas vezes se empresta
às nuvens das chuvas
e aos que possam interessar saber
fica dito pelo entrançamento de raiz
que a feliz cidade é reconstruída a cada instante
no transpirar dos seus seres de habitação!!!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

urbano amor



dedos que apontam
e depois caem
línguas que falam demais
amordace
beijo que trai
e tantos outros que atraem
dias felizes
raros
olhos distantes
noites de vendas
a minha armadura detém
tiros traçados
dois pontos de medo
grito enlatado
seguidos da chuva de sangue
urbana violência
me livre
desse urbano amor
bandido

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

# e, aí 5!...



na minha terra tudo é a baba de “sir pestana lote”,
assim como que nem cuspe de rejuvenescer!
os brotos colares brancos de guarnecer pescoços picaretas
são selecionados a dedos no saco aquecido da oligarquia
para alimentar a lenda muquirana das pergunta-ações...
ai jesus! “quantas pontas tem o boi pentágonos?”
e os jumentos ativos seguem a puxar as carroças
enquanto os passivos perdem seus dentes
a cada açoite dado no ar-rebote do lombo quadrúpede
mas sem nunca encher seus fecais bolsos vadios
“tem não!” isso é produto de prateleira...
a distribuição jaz, ninguém faz soma perdida...
e se o francesinho não sabe ao certo o que é difusão
tão pouco o regulado mini chico conhece o caminho da arte
então que se dane as patentes das partituras copiadas
pois no inferno o negócio é musiquinha
tudo é um só desconjuro de imposição sarnenta
herdado da moléstia, seita macabra da divisão quantitativa
e, desde já, fica dito pelo posseiro do mar
que se a convenção não berrou na vistoria
pode-se, por poder interpretativo, escaldar o miado gatunos
tudo pela remedição “em-burlada” da receita formulista...
de que um sobre dois é meio de conformação
já, três por quatro é como foto de lambe-lambe
chupa essa “pélasaco” porque o capeta não é babão
e como é que fica nos cinco?
grade neles...
mas, se for esse tal # e, aí cinco?!...
huuum!!! isso é informação de quadrilha
até besta bolado já sabe desse assunto,
agora, deixando ressurreição da conspiração de lado
é bom lembrar que!
os pebas num querem mais pimenta
tenho dito,
e pt saudações...