terça-feira, 12 de dezembro de 2017

aos condenadores


enquanto cobrirmos o mundo a olhos mesquinhos
num girar em torno das fúteis colunas socialites
seguiremos nesse vazio incauto e cego horizonte
a sufocar lastros culturais desencadeando exclusões
não se pode justificar o dolo com a imposição doutro
tão pouco disseminar ódio livre da pena punição
sempre que o tal dito cujo algoz sofre um ataque
o seu pequeno mundo próprio se torna ofegante
e a cada segundo seu entorno refém da retaliação
quando se parte da condenação do holocausto judeu
ao atentado das torres de hegemonia capitalista
tudo prepondera em fato atuante no foco sensacionalista
das lentes a estampar terrores nos seus desserviços
já no que diz respeito aos antigos e atuais massacres
indígenas, negros até o extermínio pela ira atômica
o viés nada em melancolia e já que o olho é oco e cauto
sobra impunidade pela ausência dos homens falantes...
a triste cidade beira o contagiante, pois se continuarmos
vamos facilmente estranhar o quanto é tão estranho
que apenas os revolucionários sejam diabos sanguinários
que suas utopias sociais sofram a crucificação diária
deste mundo travestido de santos coronéis generosos
que batizam escolas, bairros, ruas, praças, avenidas...
todo cinismo retrata a completa ausência do argumento
e toda violência é apenas o retrato capital do capital
numa desordenada geração em cadeia onde o resultado
resulta na exposta lotação de “pedrinhas e carandirus”...
o que acontece hoje nas cidades mais atrasadas
é o “breve” anos passado ao sul deste mundo afora
mas, como a nossa maquiada estúpida comunicação
é parte dessa formação de quadrilha colarinho-chique
nós nos tornamos vítimas dessa imposta sensação
de individual  ignorância estilo burguês contemporâneo
onde a nova toga seletiva é parte aliada da velha chibata
em seus costumes escravocratas de emprenhar grilhões
a escorar-se nos frios escombros dos sombrios calabouços
impondo confissões delatoras como verdades sem fatos
editando novamente a história em adultério digitalizado
mas devo confessar, somos nós os responsáveis por isso
e reafirmo: quem detesta pobre é classe média isso é medieval
estatística quase sempre torna a vida irrelevante e desumana
nesse inexplicável encantar-se pelo outro lado do rio...
o folclore é nossa raiz, nós somos o terreiro e o terraço
não temos que prestar serviço de reles repetidores do alheio
tão pouco sermos subservientes aos proprietários vitalícios
talvez tolo seja acreditar que filosofia é a busca da verdade
quando o universo da veracidade mente descaradamente...