sábado, 9 de abril de 2011

sinestesia



senti um suave beijo no franzir da testa
como um ranger de folhas secas outonais
que se decompõem enraizando caminhos
como um estalar de passos na terra batida
que se compõem de rastros, de fragmentos
senti a fina chuva rastrear todo meu corpo
como um molhar d’alma plena pelo sorriso
que se alastra serenamente como trepadeiras
como o ar rebote lingüístico camaleônico
que se camufla pela seda tez do pensamento
era um entardecer verde meio acinzentado
em meio ao sussurro de uma densa floresta
que se abraçava aos meus cabelos grisalhos
assim, sinto passar o tempo, girar o mundo
assim me quedo a olhar o meu lado do rio
no transladar da minha mente de giração


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