segunda-feira, 18 de junho de 2012

intimamente III


resolvi aprender mais sobre os assuntos do espaço
desembrulhei as mãos pra afinar o tato nas digitais
deixei de lado o compasso, a régua e o transferidor
às vezes transferir a dor requer acolhimento e zelo
algo como desenrolar o adormecido fio dos novelos
como cavar na unha o pensamento mais enrugado
ai então achar um cantinho no cavado chão do céu
sempre fui bom nas lições de cavoucar nas nuvens
por isso descobri os precipícios de derramar chuvas
regar a vida é ritual, coisa de abstrata necessidade
quando triste choro de mar por afluentes de banzo
já alegre também me dano a chorar pelos cotovelos
acho que gosto mesmo é de juntar lagrimas de rir
guarda-las para no largo tempo fabricar orvalhos
talvez tenha que repassar ao passatempo dos dias
o longo itinerário de reconstruir os conhecimentos
para continuar brotando pelo saber desencadernar
dar valor ao nulo é sabedoria duma pá de ciências

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