quinta-feira, 13 de junho de 2019

sobre a traição





na plena descompostura insana vontade
passas conspirando a ignorar o mundo
a bradar o moralismo familiar em orgias
numa desenfreada perseguição anacrônica
agora rotulada a peça sentença anunciada
triste hilariante justiça em si sub júdice
a lástima é o cerne que lhe serve de capa
sem nem mais esconder a face tacanha
nessa desmedida demarcação ruralista
limitada a dogmas de mourões farpados
do buraco da cova aos cantos do curral
onde jaz inevitavelmente sem estima
pesando à deriva na câimbra subjugada
entre o punho fechado da furtiva mão
e o escoro agoureiro da vara em sebo
selando com cega omissão a vergonha
pela arrogante e vil inepta condenação
baseada na boçal e convicta presunção
do rato bastardo do traidor oportunista
do protótipo boneco de pau encordoado
o novo candidato paladino às avessas
que em bem pouco tempo sob descarte
terá  na mesma corda de sustentação
a força do macabro destroncamento
pelo rítmico balanceado nó de forca
acompanhado dos gélidos cínicos risos
dessa mesma seletiva classe elitista
que emprenha sua disfarçada retidão
no eco encravado das panelas vadias
soadas pela analfabeta prole mediana
devo confessar no alto dos tamancos
aos feitores dessa “história forjada”
que hão de perpetuar suas sombras
pelas labaredas das fogueiras juninas
toda vez que outras estórias contadas
mostrarem que os arautos brada-dores
genocidas e preconceituosos chupa-sacos
da vitalícia apadrinhadora comunicação
que se diziam constrangidos pela corrupção
são na realidade seus patéticos protagonista
algozes saqueadores desse sistema medíocre
camuflados na ruma dos santificados ladrões
e ainda que renegados ao resfrio do sangue
pelo manifesto das discriminadas mães putas
encontrarão na praxe da umbilical hipocrisia
a maternidade postiça reservada aos traidores

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