segunda-feira, 18 de julho de 2011

abismo


sinto que algo parou diante de um premeditado silêncio
que tolice! nada pára, tudo continua seguindo, indo, ido
com ou sem rumo certo, tudo continua em seguimento
o triste é perceber que a escolha não é direito de todos
a imposição inerente a tolos às vezes é alheia a vontade
se pudesse escolher talvez  não quisesse a sensibilidade
minha percepção muitas vezes machuca a mim, a outrem 
é como rasgar a pele na flor cortante despida dos buquês
sentir! é correr o risco constante do abraço gélido da dor
ainda sim continuo acreditando no exercício do institual
não há como desfazer palavras já derramadas ou ditas
tão pouco furtar-se delas num estanque, gera o abismo
da mesma forma que sinto em mim o vazio da falta
tenho certeza que a mesma falta esvazia o outro de mim

Um comentário:

  1. Boa tarde, amigo!

    Já disse Nilton Bonder no seu livro "A alma imoral" Não existe pior solidão do que a ausência de sí mesmo.

    O vazio da falta é as vezes necessário para o encontro de nós mesmos.

    Muito bonito o que leio por aqui, aliás o que leio por toda parte...palavras que partem e repartem fragmentos de uma alma cheia de sentimentos como a sua.

    Um abraço.

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