segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

intimamente VII


  
repagino de sol todas as minha coleções de letras
como quem segue dando giração à vida...
ao longe ressoam as campanas dos carros-de-boi
e os cães alardeiam a proximidade alheia...
pelas brechas das palhas enxergo um ponto de mar
em meio a verde sussurro do verbo amor...
nenhum naufrágio supera a espera da embarcação
a chegada é prenuncio futuro da partida...
sentir saudade é parte itinerante da nau angústia
sou cicerone das águas, da arte escrever...
sei saciar a minha sede com fragmentos de alegria
que extraio da intimidade das palavras...
a simples essência beleza está ao alcance dos olhos
refazer ação paciência aflorar percepção...
aprendendo o insólito exercício de me fazer poeta
passei a quarar as poesias pelos varais...

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