terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

narcisismo medieval


não há nada mais triste
que a triste cidade ao compreender
que os sentimentos sórdidos
são instintuais à raça humana...
ente!...  cabra!...  o ser humano!...
passa por todos os tipos de dificuldades
desde quando nasce num rasgo de grito
até  prematuramente ser desmamado
cedo já começa a trabalhar pela obrigação de ser gente
e ao mesmo tempo ainda tem que achar tempo para estudar
depois de penar durante anos eis que se torna um “vencedor”
jamais esquece o que passou e de uma forma narcisista
passa a bradar vantagens a cuspir no vento como se fosse o tal
como se fosse melhor do que aqueles que não lograram o seu feito
e o pior é que diante dos políticos tropeços golpistas do destino
das malditas reformas macabras 
contra direitos adquiridos em luta
solta o ranço do seu macabro egoísmo
de inquisidor incontido e descaradamente
“acusa o outro daquilo que faz daquilo que é”
dana-se  a grunhir verborragias
entre outras sandices de baixo calão
desqualificando índios negros menosprezando usuários de cotas
nordestino passou a ser praga homossexualismo coisa do demo
nada presta e tudo à sua volta tem que valer aquilo que pesa
acha que traz as virtudes do mundo 
no beiral do seu oco umbigo
que traduz a vontade popular
no seu ápice de bom trabalhador
quando na realidade tem o objetivo mediano
de atingir quem verdadeiramente trabalha
quase em forma de total submissão
encurralados na eira à margem
dessa arrogante sociedade escravocrata
devo confessar no alto dos tamancos...
aos meus caros aspirantes das ante-salas vip’s
das páginas piegas das tais colunas sociais
dos maquiados jornais e revistas familiares
livrem as almas da incinerada tortura
que contra pesa em suas consciências...
a fome mata se não houver massa
faltará mão e jamais distribuiremos o pão
tentem humildemente refazer o exercício básico do desapego
basta sentar numa carroça na ausência do seu titular puxador
fechar os olhos e refletir longa e despretensiosamente sobre si
quiçá talvez consigam conter a ignorância e seus preconceitos
passando a dar ouvido ao que toca esses embrutecidos corações...
ninguém é alguém sozinho e como dizem meus amigos poetas
“não há como ser feliz sem que o outro não seja”
“só a poesia salva”...

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