quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

sobre verdades



talvez seja necessária a afirmação das dúvidas
para que sejam revistos certos conceitos pré-estabelecidos
por aqueles que detém o poder da tinta que consolida o som
preponderando-se como avaliza dores de destinos
nos seus bravateiros jargões revestidos pela chibata
seria como um mergulho profundo pela história dos homens
a indagar a morte antecipada de bruces de jonhs de gandhis
entre outros chicos assentados nos campos urbanos e rurais
mas é de vital importância estimar o valor da boa conduta
pela total e imprescindível abstenção dos olhares unânimes
acostumados pelo temporal a acreditar nas luzes artificiais
debruçados sobre verdades absolutas a pré-julgarem o alheio
sem nunca perceber que a realidade são fatos consumados
cabíveis a qualquer interpretação ainda que forjada ao coletivo
saber contestar o orador é fazer valer o exercício oração social
ninguém é alguém sozinho, tão pouco o dono da razão
subestimar a inteligência do outro emprenha redemoinhos
como no jogo entre cartas e fichas a correr sangue cifrado
porque a mão que se diz perfeita por vezes não resiste ao blefe...




terça-feira, 24 de janeiro de 2017

sobre a poesia


aaah, ser poeta!!! ser poeta é ser eterno em lastro apreendedor
ser lírico as tantas estâncias de amador a todas as portas abertas
é passar despercebido pelo duradouro exercício ciência da pá 
a multiplicar encantos da tão sábia e generosa paciência...
ser poeta, aaah, ser poeta!!! é não precisar do tempo preciso,
é reaprender a desfazer o feito, para refazê-lo novo a mente
novamente na contínua dança dos rastros aos caminhos dos pés.
aaah, ser poeta!!! ser poeta é atinar no vento,assoprar o alento
criar o pensamento, e num rompante recriar a imaginação
como quem refaz em zelo o momento de se azular de lua
para em pleno claro dia palavrar os intermináveis sonhos...
ser poeta, aaah, ser poeta!!! é ter e não manter a rima a mão
é traduzir o insólito e conseguir ser incondicionalmente cósmico
um despretensioso amante da cósmica poesia a unir versos...
aaah, ser poeta!!! ser poeta é impulso desatino de fazer poemas
de atravessar o passador poético pela infinita palavra dada
desalinhando o fio das próprias vestes até findar em novelo nu
no desvestir-se poeta para em loucura transmutar-se poesia...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

sobre o salto


como explicar ao vento o desatino anseio de não senti-lo
já que o arredio desmantelo prepondera feito desnovelo à fio
onde a força que esvai é resgatada em dobro pelo sofrimento
como explicar a inexata fração dos segundos incontidos
na entranha do tempo a findar no próprio tempo de não viver 
deixando sobra em desordem no espaço de fragmentos espalhados
como explicar a repentina vida que numa velocidade tamanha
parte sem mensurar seu peso silenciado em queda livre
na mais estranha e louca sensação de gritar por liberdade
como explicar o desato inconsequente dessa ânsia juvenil
a prevalecer sobre as emoções de tantos desejos incontidos
acostumados a ignorar as vontades como vestes passageiras
como explicar a perda do que dificilmente será amputado
do que jamais deixará de estar continuamente presente
pelo intimo fato do não convencimento da metade ausente
por fim o que explicar? ah! para que as exatas explicações
quando apenas nos resta a infinita montagem do mosaico
esparramado como jogo da memória a queimar lembranças
que consolidam na afirmação ainda que não consciente
do inexato instante em que lara num salto de metamorfose
transmutou-se borboleta e bateu asas para eternidade...

terça-feira, 14 de junho de 2016

sobre a insignificância

        


para todos aqueles que se julgam superiores
no desvario de suas empáfias enquadradas
cabíveis na subserviência das caixas de fósforos
feito hastes finos descartados após a queima
o fogo quase e sempre proverá do pau
que durante muito tempo serviu de arrimo
ao insano decoro da insignificante chibata
para todos aqueles que se julgam dogmáticos
na continência batida diante dos seus baluartes
pela reflexão do quadro moldurado da carroça 
na ausência do seu respectivo jumento titular
o gozo quase e sempre proverá da insignificância
e seus mundos nunca passarão de meras rodilhas
a girar na pequena circunferência do próprio umbigo          
na mais dolorosa estranha sensação de grandeza...

                                                                                    

quarta-feira, 11 de maio de 2016

aos golpistas



nestes dias em que conluios sombrios se debruçam no horizonte
a desencadear seus estagnados tumores por canais de intrigas
acordando pares, acochando conchavos, prevaricando poderes,
relatando prejuízos a dissimular dossiês, execrando princípios
atentando contra o estado de direito com seletivos justiceiros
nestes dias em que a discórdia é assunto exclusivo dos abastados
a ritualizar suas sacras ganancias, exaltando deuses próprios
burlando atalhos, pajeando preconceitos, assediando costumes
instigando ódio a apregoar ditas verdades com valores invertidos
retalhando famílias, desconstruindo sonhos, cerrando caminhos
nestes dias em que a mesma mão que relata também condena
é que a triste cidade sem alento faz prolongar o caos programado
pelo fardo de chumbo que pesa aos olhos nessa mórbida paisagem
que ostenta um arco-íris breu invocado sob a omissão das cores
e mesmo que surjam os diversos reles verdes tamborins amarelos
a ensaiar seus passos antissociais, em grifes vontades insaciáveis
guiadas pelo conservador aparato vitalício de informação cortesã
de afiliados politiqueiros, um cabaré midiático de instâncias vazias
que insiste em dizer que carnaval é a maior festa popular do planeta 
como se a sua referência “maior” tivesse tom de qualquer relevância
que não fosse a de se tornar exclusividade dos seus rótulos fuleiros
mas, devo confessar de cima, do alto, dos meus legítimos tamancos
para aqueles que furtam a graça alheia pela inoperância de folclore
que vossa água benta nos tem serventia apenas para lavar sovacos
escorrendo depois como rejeitos em vala feito boi-ação de merdas
e para não servir de lança bosta nas pás dos que ventilam dores
bagos nas pocinhas male-mentos! nossa poética calçada é cantaria
já aos súditos que geram dolosas mentiras por falácias duvidosas
disparo meus pecados com a minha veste de pecador ambulante  
contra seus credos enrustidos, seus vícios de emprenhar a vida real
com antagônicas resenhas escrotas, forjadas por bainhas enrustidos
propagando todo tipo de vil solução para essas ou aquelas questões
na subserviência inepta de dar giro ao circuito “cornos aleatórios”
que não resolvem um só problema, lá se beiram os cinquenta anos...
mas, descaradamente nestes dias, ladram em meio aos escombros
a reativar calabouços, cala-bocas, a regurgitar planos premeditados
e no inóspito abismo, deserdados das suas progenitoras rameiras
ensaiam repetir o mesmo paço do sórdido passado ainda enraizado
a ideia retrógrada untada aos vossos amargos âmagos em erosão
no purgado das vossas úlceras e dos vossos cordões apodrecidos
toda demagogia emana do curral legislativo por teses corruptas
não há protagonista para golpe de mestre, golpista é vagabundo...

quarta-feira, 16 de março de 2016

aos renegadores


onde estará escondida a arte, dos que a renegam?...
e porque bradam palavras sem ao menos lhes dar sentido?...
devo confessar aos meus incrédulos irmãos
que real é essa tal realidade dura, quase e sempre regrada
livre apenas a ficção apta a todas as fantasias...
toda palavra pesa quando debruçada diante da intenção
e muito mais em relação a porrada impropriamente desferida
não há como imperar somente vontades próprias,
tão pouco a fútil tentativa de banir o lado contrário
com isenção dos riscos de ser banido por outro qualquer      
todo sangue é quente enquanto rio, margeando vida
já frio, é tal qual veneno em gole amargo estagnando sonhos
se o escarnio disferido em dolo às diferenças não for preconceito
devo novamente confessar, há extrema necessidade 
de revisão dos nossos predestinados conceitos...
e volto a repetir seguidas vezes, ignorantes somos todos nós
seres falantes independentemente de partidarismos,
e tolos são os que insistem no contrário...
num paço insano, feito cegos sem nuances
a negar o indecifrável abraço da diversidade...  

segunda-feira, 7 de março de 2016

Sobre a reflexão



Não é necessário nenhum tipo de esforço para percebermos o complô articulado contra o atual governo de ações sociais. Está explícita a forma conspiradora com que grupos de quadrilhas que detém a informação do nosso país, diuturnamente, montam, desmontam e tornam a remontar, tramas maquiavélicas com intuito de reproduzirem consecutivas vezes, factoides inspirados nas suas próprias vestes; numa síndrome de cinismo crônico sem limites e, que são, conjuntamente, endossados por uma pequena casta burguesa; cabendo ressaltar, que as mesmas sempre nutriram, pela grande massa desassistida, total desprezo; sempre a taxando de meros serventes dos seus caprichos domiciliares. E todo esse balneário podre existente pela inexistência de caráter, finda por ser avalizado pelo que podemos chamar de parlamento familiar com extensão aos sócios e comparsas. Um tipo de coação comum a quem está acima de uma lei, elaborada de próprio punho cuspido, com única exclusividade de amparar a contravenção ramificada pela “Moro-sidade” e acomodação de uma justiça que se acostumou a ser chamada de cega, para fortalecer todos os meios nocivos dos seus sórdidos interesses...
                   O que realmente é estranho, difícil de decifrar, é esse nosso miolo, essa nossa verruga cancerígena, esse nosso edema gangrenado de sermos bajuladores passivos ou, de uma forma mais galante, futuros tardios emergentes a uma vaga inalcançável, nessa aristocracia falida, nesse clã “rico” inatingível, justamente, porque ninguém fica rico, rico já nasce assim; rico nunca foi, é ou será trabalhador; ricos os mantém sob eterno domínio em dor, do que antes foi chibata. O que leva a sermos alienados leitores de folhetins baratos, de acreditarmos que uma sólida empresa com reconhecimento mundial como a Petrobrás, num passe de mágica possa ser arrastada para lama às vias de falência?... Seria o mesmo diagnóstico dado à antiga, e ao mesmo tempo atual, Companhia Vale do Rio Doce?... Quem se deu bem com o minério de ferro?... Quanto vale a Vale?... Quem ganha com a entrega do Pré-Sal?... Nos últimos doze anos, houve os maiores avanços no campo da liberdade de expressão, no direito de ir e vir, na sagrada distribuição, que se não repara totalmente os ciclos de miséria, pelo menos alivia a dor imposta. Houve erros?... Sim, mas, quem não os tem?... As pedras estão espalhadas pelo chão, que sejam atiradas para cima, mas, cuidado com as nossas próprias cabeças...

Não há nenhum desejo segregado de moral nessa investida, nesses arroubos de discursos retos, até porque nada importa senão os nossos próprios preconceitos estabelecidos pelo ódio contra o vermelho, a estrela, o Nordeste, num brado verossímil de presunção a ética; somos os ilibados órfãos de alma, os descobridores de uma corrupção que sempre esteve emprenhada debaixo dos nossos narizes, e que por opções seletivas nos fazem girar na ciranda dos encabrestados, que trocam seus pares a cada desgosto temporário; todos em nossas maiorias justificantes sonegadores, escudeiros de um “Pivete da TeleRJ”, de outrora torturantes ditadores, coronéis bainhas e, hoje, dos seus inaptos herdeiros, e o pior de uns arrogantes pastores arrebanhadores de templos... A todos nós, caros hilariantes enrustidos, devo confessar que a falta dos nossos reconhecimentos aos feitos trabalhistas, assim como as nossas mórbidas alegrias diante desse camaleônico novelístico massacre com dimensões forjadas, pelas quais passamos despercebidos ao logradouro das nascentes populares, que por consecutivas vezes seguem demonstrando suas confianças nas urnas como forma de aprovação ao novo, ao que nunca antes, tinha sido visto em nossa história... Faço aqui a repetição das palavras do operário que revolucionou vidas, que deu nova cara ao país, o “Cara” como é reconhecido e ovacionado mundialmente, “bateram na jararaca, mas, não acertaram a cabeça”, agora seguremos os nossos medos porque 2018 está com suas alas abertas a explicar para que realmente servem as panelas.