há um desencharco vazio de alma
um tapa olho a privar sentidos
a gerar novos cabula-dores do tempo
pela total preguiça do tempo
de se fazer faltar o tempo
de se perder no justo tempo
pra depois se achar justamente nas mãos,
na justa amarrada mão da injusta justiça
aquela que ironicamente se diz cega
mas, contando com formação de tramoias
hoje tem até televisão...
e tem mais, tem donos de prova,
das mais diversas, tudo por dentro
da perfeita ordem do dia nas falsas ideologias
e sempre conta com a ajuda cortesã
do certificado selo vitalício de politicagem pública
aaah minha avozinha!
se é pra ser contra todos e contra ninguém,
eu prefiro seguir caminhando e cantando,
e não esperar os acontecimentos
assim sou e assim vou,
como um ser de todas as diferenças possíveis
ninguém é igual a ninguém!
direitos e deveres é que são iguais para todos
não nos cabe o dom da condenação
me reservo ao direito de ser contrário, de ser diferente
de ser apenas o que sou, com as minhas opiniões
sou alheio a mera coincidência que lesa...
sei deixar o real nas entrelinhas
ora,
não me venha com lógicas...
estou
farto das cifras de orgias galopantes,
desses
matemáticos lotéricos,
anexados
a todo tipo de estatísticas irrelevantes
que
forjam resultados miraculosos,
para
seus interesses próprios
um
verdadeiro bacará de cartas na manga
tudo disfarçado
pelas redes cordeiros e pastoras do céu
nesse
inferno que dispensa alegorias
dos
que trazem estampados
em
suas primeiras capas,
nos
seus segundos cadernos
apenas o inferno vida, exclusão