quarta-feira, 29 de maio de 2013

a cor dar


o meu melhor exercício
nessa realidade mesquinha
é dar corda para o rumo da lua

segunda-feira, 20 de maio de 2013

sob a desconstrução





em quais linhas desta esquadra tropical
te refazes ilha ainda mesmo que provinciana
oh! minha terra! que há muito estive a passos distantes
venho fincar aqui estas minhas poucas palavras
inclinando-me reverentemente diante de ti
com meus ares líricos de anarquia social
tu que eres genuinamente amamentadora dos teus
circunda-dores  aldeados nas tuas adjacências
tu que não fazes distinção entre as proles
ainda que escarros dementes proliferem
a desconstruir o manto das tuas riquezas
vis arrimados arrogantes, em escárnios vaidosos
infiltrados sanguessugas de imunidades parla tores
feito pilhas amontoadas, sórdidos asnos capim-na-listas
que se espalham em latifúndios partidários...
contaminantes seres que fazem perdurar fases impostas
escombros rejeitados da azia em fezes arrastadas
tal qual chuvas ácidas de  excrementos abutres
com serventia de derrubar aviões de um céu chumbado
disseminar a coma inválida, a ceia de fome dos lixões
em ânsia de mesa posta, exposta aos espetos de ratazanas
remanescente aos bandos, na fatia da banda podre
que as malocas sem infraestrutura exportam ao ermo
quantos mais e males substratos dessa grana propinarão
em nome destes demagógicos colarinhos chiques
oh castigada pátria minha! quantos dos teus brios
serão ofuscados à revelia nesse varal de togas
por especuladores da infeliz-cidade alheia
quadrilheiros da figa duma comunicação barata
empossados nos seus fustigados solos de grilos feudais
de engenhosas desenhadas asas que dão sombra
aos proliferados vermes, agentes cínicos
traduzidos em vulgos “vírus canis”
cio nu “de la muerte”, tarja da preguiça sem cura... 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

utilidade publica II



nem tudo aquilo que se parece
tem o mesmo  a quilo que aparenta ser  
não se deve confundir os bundas da banda
com as bandas da bunda
para não correr risco do conjuntinho desandar
já que a merda privada por concessão
quando se torna vitalícia
impõe seus paus mandados
pelos anais do tempo
aaah minha avozinha! essa diarreia só mata
os pobres soldadinhos desenformados
pelo cabo da ingrata comunicação barata
que atende pelo nome antro centro sumaré
tudo é dedo sujo na dança do cangaço capitão
um lavar mão na boca que a unha jaz de escaninho
e a seita quantitativa arrebata suas burras
alastrando o seu curral de aparentados
pois, em se tratando de nepotismo
a rede do armarinho tem todo tipo de cobertura
em prol da desestruturação comunicativa
e os pedras de arrasta se afiliam no barro das telhas...

terça-feira, 23 de abril de 2013

expresso canalhas



na repulsiva vala dos escarrados
deveriam ser tratados os canalhas
expressa e unicamente como canalha...

sexta-feira, 5 de abril de 2013

intimamente IX





tenho aprendizado na ciência das dobraduras do tempo
sei ultrapassar o futuro, dar giração ao passado
e transvazar presente com lagrimas de sorrir
abrigo nos ombros ninhos de bem-te-vi, sabiá...
sou gero umbilical do arrebento da corda
um amador da graça de unir versos
sou a parte que me cabe em todas as artes
que dão partida às engrenagens da imaginação
sei girar na ciranda dos cata-ventos
soprar na circulação dos girassóis
de tanto gostar dos azuis
comecei repaginar com céu a realidade
ora pelo ciclo sinfônico dançante das chuvas
ora no louco circuito aleatório dos átomos!
sigo voando, rodando, caminhando, nadando
a favor da brisa assoprada, dos sábios caminhos,
das correntezas doces e salgadas
me encantam todos os desacostumes
sei das rotações abstratas, das distâncias noturnas
aprendi refazer os dias seguindo o ocaso!
tenho inclinação pelos esconderijos que musgam
limando os cochichos de não guardar segredos
gosto de fortalecer margens, atinar o desacordando sonho
e, como diz as linhas do velho ensinamento
se por um lado se vai, pelo outro eu regresso
no carrossel gira-mundo de idas e voltas...
nos cabe, a consciência da distribuição
o dever do reconhecimento...
não basta o mas,
é necessário acreditar mais,
há sempre algo para se descobrir...

quinta-feira, 28 de março de 2013

sublinhado



tenho duvidas de certas convicções profissionais
então prefiro a armadura dos amadores
sei guardar feitiço nos cílios
e transpirar alegria no orvalho olhar
trago em mim o reconhecimento
e sigo com o trem das cores
deixando rastro no tempo
feito trilho de arco íris
gosto da presença das luzes
mas, foi embrenhado nas gavetas
que aprendi a ser autoral
a fazer amizade com a  escuridão...
mente quem diz “a comunicação é livre”
na angular é que se enforca o foco
e sublinha a palavra na corda de enforcar-dor
nos adereços de priva cidades
algo me remete a clausuras...
chego a pensar que todo excesso de pudor
serve para inibir a liberdade
lembro-me ainda hoje
feito menino dos telhados
assim como vaga-lume vago
com a minha memoria de quase tocar...
do som da mão no tambor
no tocador a escorrer sangue, latejar digitais
nas mesmas enrugadas mãos
que quase e sempre escrevem por estórias
tudo aquilo que a história insiste em ocultar
nas suas sub versões tiranas...
a triste cidade é descobrir
que na entranha luz do escurecer
os alvos nunca são claros... 

sexta-feira, 22 de março de 2013

era uma vez...



pra um contador de estória
nada... desagua
em correnteza nalgum lugar
que eu nem sei bem aonde
e ainda que não rimada
faz a palavra nadar
no limo nascedouro de sonhar
com letra se enche os vazios
mas, não é vazio um livro sem letras
as vezes a ausência da cor
esta na giração do olhar
a imaginação é mãe
todo o sempre da vez à era
era uma vez...