quinta-feira, 31 de maio de 2012

de careta


que fique bem claro!
nessas escuras entrelinhas da certeza
que vão além das lentes manipuladas
dos que gostam de agregar valores
em troca de qualquer unanimidade
até os coitadinhos que se vitimam
na esperança de uma vã sorte grande
que atende pelo nome de reality show
uma coisa é certa!
mais vale ter pedras pelo caminho
que espinhos no marasmo de rosas
e não confunda, fundar com afunda
ser mau caráter com ter cara de mau
tão pouco o bolso que leva a mão
com a mão leve que lesa o bolso
os caretas do armarinho são picaretas
e não tem nada haver com os de caretas
do bom e velho rock and roll

terça-feira, 29 de maio de 2012

resenhando



definitivamente podemos esquecer tudo diante das mesmices desqualificadas
que a mais de quarenta anos se prestam ao entretenimento da mediocridade
e tem quem diga do acento dos meios pelos seus, ser o baluarte do jornalismo
ora... jornalista serio é um feito raro nos dias atuais de negociatas vitalícias
é imprescindível separar o compromisso desses interesses próprios e escusos
com eles não há homogeneização passível de arte consequentemente o êxodo
futebol é arte! pronto final. de arte não vivem os que pontuam com a mídia
as lentes de foco financeiro podem até manusear as suas imagens cooptadas
estabelecendo enquadradas comparações descabidas em nome de liberdade
mas, que por fim jaz nas empáfias da viciada ciranda por matérias de capa
caros encabrestados por trás dos microfones dessa comunicação maquiada
distante desses autofalantes preconcebido por licenças duvidosas, vos digo:
garrincha é garrincha, pelé é pelé e ás são ases. o resto!? o resto se esconde
subscrito no pretexto dos acordos mafiosos de direito exclusivo de imagem
mas, devo confessar que não há como negar que o menino é bom de bola!
igual a tantos que também deram o ar de suas graças em nossos gramados
e tornaram-se grandes jogadores uns mais outros menos sob vossas miras
descomprometidas com grama, de olho na grana, esmiuçando os borderôs
tristes e arrogantes em seus costumes obedientes de seguir pela via patrão
ainda sim contudo devo confessar:  esse menino realmente é bom de bola!
quanta cadência, malemolência, gingado, visão de jogo, e é só um menino!
corta o vento, chuta com os dois pés, um goleador nato, e é só um menino!
será um novo ás? fico a imaginar seus dribles pela arrumação de palavras
do saudoso mestre armando nogueira, gênio de magica narrativa insólita
mas, devo lembrar: no começo houve lapso nos ajustes de comportamento
um talento refletido no avesso de um moleque brigão um menino mimado
com relação aos adversários, juízes, companheiros, técnicos, torcida, etc.
e de repente! ficou bonzinho num “plim plim” dos que aceleram o tempo
volto a repetir para essa rede de associados picaretas, esse tipo de receita
que enriquece poucos, e empobrece milhões, é que deveria ser investigado
enquanto a bola passar pela rede do armarinho todo jogo será manuseado
quanto a pergunta sobre o menino bom de bola? o tempo deve responder
mas, garrincha é garrincha, pelé é pelé e ás são ases. o resto!? o resto é...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

sobre o amor



ah! o amor...
esse incomensurável sentimento
quem sabe sobre as teorias do amor
que atire a primeira palavra!
que conjugue  a sua intimidade!
confesso, não sei nada sobre o amor
mas para que saber do amor?
raro é sentir...

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Soma...


tenho inclinação com todas as portas abertas
elas renovam em mim reconhecimento e gratidão
sou seguidor da criação dos mundos abstratos
pra todo os tipos de beijos estendo a face da boca
aprendi com paciência a colorir o arco do céu
então comecei a usar a íris dos olhos pela giração
num encantar com os pretos e brancos anuns
no acolher dor do grão ao semeio da regeneração
para um dia colher os sonhos de feliz cidades
por mim perco todas as chaves, que elas corroam
junto as correntes do culto de velhas amarras
das tristes escuras masmorras que cegam janelas
que velam gavetas e confiscam vida às raízes
sou das somas! dignidade consiste em redistribuir
o universo entranha na reencarnação da alma
são os corpos que dão calor e serventia às roupas
se faz presente os que repassam pelo passado
os que tem imaginação, fragmento é lastro, futuro

segunda-feira, 21 de maio de 2012

desencanto


a triste-cidade das coisas são os rótulos dados a elas
o canto amargo escoa num desencanto
a livre expressão é privilégio da humanidade
todos somos iguais no direito e dever
a diferença se faz pelo ponto de vista
comunicação vitalícia é insulto a credibilidade
no mais das vezes ou seja quase e sempre
a história é contada por aqueles que fazem a edição

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Intimamente II



sigo pelos labirintos das minhas digitais
enxergo cores das fresta do preto e branco
sou essência, performance da nuance do dia
não mudo tempo ele que trança muda em mim
abro diálogo com ventos abrigo na sala saudades
as rugas me encontram nas raízes do aprendizado
dos tempos de escola e seguem guardadas num livro
que escorre na giração das faces manuscritas pelo tato
por longas paginas da minha metamorfose de arrumador
de tanto escrever talvez me transmute de vez escritor
que aos devaneios me aguarda nalgum lugar intimo
sou vida permanente desse itinerante relicário arte
gosto mais das recordações que dos retrovisores
não sou bom com nomes prefiro as fisionomias
se passares por mim não hesite a um abraçar
sou braço aberto ao horizonte de imaginar
a imaginação é progenitora da existência

terça-feira, 15 de maio de 2012

intimamente

são tantas as vezes que estranho as poesias
como quem encaderna o interior das pétalas
que passei a entranhar flor ao seu corrimão imaginário
foi então que comecei a sentir muito, só o que se percebe
como o dia que começa na ausência da luz
para depois findar em noite incandescente
que os pássaros só ciscam na mão dos que abrem porta
que beijo em chuva e sol é nosso casamento em raposa
até aprendi a gostar mais da água nos pés
pra seca-los de terra que a grama esconde
chego a achar que descrever poemas é brotar nascente
que todas as palavras entoam pelos arranjos poéticos
o cantador é gerado na dança dos gametas
e o poeta é o mago palavrador ambulante