sexta-feira, 17 de abril de 2015

rascunhando o tempo


a triste cidade daqueles que são subjugados
é fato culminante da atroz chibata do julgador
saber julgar é o nobre exercício
dos que são aprendizes da ciência palavra
a gerar o sagrado livre direito à defesa
emprenhar o mal como solução de medo aos dias
faz o bem noturno olhar a alegria do outro lado do rio
o encarceramento do universo da ação social
entre os parênteses das teses científicas
é prerrogativa dos que acentuam a desgraça
qual palhaço se faz rir?
quando lhe sobra a ausência do picadeiro...
qual força rege o parir?
se a vida por si, esconde-se pela falta de saída...
a graça em arte segue atrelada ao tear
feito linha de ligamento da sentença de viver
o esmero é como linho a aninhar o sangue
daqueles que ensaiam o aprendizado das somas...
o fio de novelo foi durante séculos
enrolado de forma calma e mesquinha
à direita de todos os seus vertedouros
na insistência de perdurar dias de acenar dor
só com paciência e sabedoria de união
atravessaremos a corrente pela nau do tempo
para com a incansável ajuda daqueles
que são imprescindíveis às lutas sociais
sermos capazes de desfazer o feito
para refazer em leito a aliada esquerda
desses novos dias de feliz cidade
que seguiremos chamando de distribuição...

sexta-feira, 6 de março de 2015

distintos caminhos


talvez seja difícil ainda que em arte
afirmar o que possa ser ou ter certeza...
nessa coação vantagem de configuração dos fatos
em que a tinta só escreve a servente conveniência
mas, como a imaginação é provida de asas
devo confessar enxergar dois distintos caminhos
um deixado pela revoava de passarinhos
nu nascedouro trilho pela sobras das migalhas
que somadas uma a uma seguem em milhas
a milhares de mãos dadas rumo a novidade.
desses encantados movimentos de distribuição...
o outro me remete a morbidez das valas
ardilosamente camufladas como armadilhas
para reter em forma de tortura
todos os que são subjugados de incapazes
pelos antigos e recentes senhorios do poder
devo então, nova e intimamente confessar...
nessa minha sentença de viver
que entre carregar o melancólico sofrimento
da esquiva dos longos escorredores  vazios
ou a ganancia dos que servem de escaninhos
feito prostrados guardiões de dotes alheios
prefiro acreditar na graça do rir ou chorar
como abstrata herança de feliz cidade...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

desprendedor


por ser eterno seguidor da distribuição
chego à acreditar que o desprendimento
é o singular exercício poético das mãos
deus brota no plural do pretérito perfeito
daquele que conjuga em ação o verbo dar

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

sobre o beijo


trisco a boca nas dobras do horizonte
toda vez que invento beijar o mundo...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

ao sul posto tolo


confundir liberdade de expressão
com os fúteis jargões das reles libertinagens
é correr risco de afundar, perder-se dos pés sem chão
na famigerada seita das bainhas dos antros coronéis
que do tijolo ao reboco argamassa ficou na saliva
já dizia o mestre do quinhão de saber abraçar vastidão
tolo é como a fôrma do barro...  somos todos nós
mas, geográficos tolos ordinários
são aqueles que abrem suas bocas vazias
tal qual rotos alienados em causas fecais
nas suas infelizes tentativas de insultar nordestinos...
somos berço revolucionário de incomensuráveis mestres
salve conselheiro, lampião, corisco entre outros...
devo confessar a esses raros tolos sem arte própria
que nós sabemos reconhecer nossos algozes
nesta imposta batalha da moléstia secular
diferentemente de vós que sois os sul posto tais
tristes fazedores de reticências equivocadas
aglomerados nessa ruma de macabros pingos
que não tem serventia nem aos “is”...

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

el diablo pelo menos tienes poesia...


somos o mais novo nascedouro, berçário da contravenção mundial. tudo e mais um pouco de qualquer assunto relacionado a desvios de verbas publicas, má conduta, gestão fraudulenta entre outros tantos desagravos nos pertence como réu confesso de causa. provavelmente, e com o total de acordo da nossa santa sagrada milionária imprensa responsável, nos demos conta que nos últimos 12 anos o país se encontra ladeira abaixo, num caos nunca visto antes, apesar de sermos ou estarmos entre os maiores produtores mundiais em todo tipo de gênero, de conseguirmos crescer com mais relevante e única distribuição de renda entre outros demais acessos sociais e que servem de modelo para as grandes “potencias” se é que isso merece algum apreço em ser mencionado.
fazemos parte do tal g20 e ainda assim estamos inclinados, afundados numa lama que finda no descarado retrato forjado por algumas dezenas de robustos cidadãos de bem, demasiadamente ricos na deriva do tempo de não prestar conta de nada... e que ainda exigem o poder de exercerem seus direitos de atropelar tantos outros direitos alheios.
mas, entretanto, todavia, porém, consta nos autos que o processo contra corrupção, que pede o final de financiamentos das campanhas políticas por empresas privadas, encontra-se retido em posse do “digníssimo” juiz g.m., um profissional vitalício de etiqueta oposicionista... o que não faz muita diferença conforme diz o “ilustríssimo” senador de mesma etiqueta a.n.f., em uma entrevista à tv senado, onde afirma que esse não é o motivo maior para o delito acima sublinhado, e aponta para outros tais como o de indicação para cargos públicos na torpe tentativa de dar a pecha ao atual governo.
o arauto de cunho ilibado é um acusador nato... apenas faz questão de esquecer em alguma gaveta secreta as danosas indicações que fizeram emprenhando todos os tipos de desvios nas privatizações do seu partido que foram medonhamente engavetadas...
– aaah minha avozinha!... beber água bebida ninguém quer assumir que o fez...
vamos lá, el diablo p.t. saudações não é o que se pode chamar de poço da honradez...
-- mas quem o é?...
e apesar de todos os seus índices governamentais serem politica e socialmente melhores que a soma de todos os outros... lá também há o pesado pacote de parlamentares corruptos...
-- algo assim como sarna adquirida por quase a maioria, independentemente dos rótulos...
mas, o cerco está se fechando!... a petrobras é o tiro no pé de todos... que sejam investigadas as denuncias, que se esclareçam as fraudes que a policia federal, com a total liberdade nunca dada antes neste país, possa lavar a roupa suja na frente de todos... só rezemos para que tudo isso aconteça bem distante dessa imprensa carteada composta de famílias com legendas obscuras, aliadas a coronéis oligarcas que só publicam o que lhes é conveniente...
devo confessar que o exercício politico é ação para aqueles que têm gestos nobres... diferentemente de uns e outros que assumem: se tratar de assunto “para salas fechadas” conforme “batman f.h.c., e seu pupilo par robin l.e.m., quando juntos dilaceraram a embratel”.
devo novamente confessar que a nossa memoria é curta, não aprendemos a reconhecer nem um palmo do que não seja apenas o que nos dá serventia... e pela nossa total fraqueza de não argumentar o equivalente a um conjunto vazio... vagamos intrépidos e renitentes a replicar o que todos os reles veículos de comunicação em quadrilha anunciam feito lições copiadas, sem nenhuma exceção, nos impondo as suas arrogantes conspirações diárias. ]
enquanto não aparecer caminho melhor a ser seguido... sigo poeticamente saudando a distribuição...

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

aos rotula-dores


devo confessar na dobra do pensamento
feito carta com selo de anunciar prosperidade
que a paciência também é mãe da criação
nela esta o relicário de guardar os beijos
que dão oriente de paz ao passador
seguir o aprendizado de revoar sonhos
é arte de contar nos dedos, ciência de mestres
coisa que criança cansa de saber brincar
mas pode se tornar exercício para poucos
ou melhor dizendo para loucos
se for com aprofundamento de giração
em guarnição de ar retido nos pulmões
para não dar vasão nem acolhimento de prosa
ao coito dos infelizes que não geram em bufas
o conteúdo dos conjuntos vazios
emprenhando n’alma a inércia do tédio
na mesmice de seus insignificantes rótulos vagos
se é para prostrar ação prefiro distribuir flores
quem nasce afluente rio enche o nascedouro mar
para em nado amor infinitamente desaguar